19°C 29°C
Uberlândia, MG

Sessão de Domingo - Assista o Filme "O Corte"

Sessão de Domingo - Assista o Filme "O Corte"

23/10/2016 às 11h20 Atualizada em 23/10/2016 às 13h20
Por: Ricardo de Freitas
Compartilhe:
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
O filme retrata cômica e ironicamente como as relações afetivas, familiares e comunitárias são afetadas e desestruturadas pelas relações sociais de produção do sistema capitalista. Bruno Davert era um gerente de uma fábrica de papel produzido com material reciclável que após anos de trabalho é demitido e fica desempregado. As mudanças sofridas por ele e milhões de tantos outros trabalhadores em todo o mundo são fruto de um contínuo processo de reestruturação produtiva adotado pelo modo capitalista de produção, aproximadamente no início da década de 70, para conter a crise econômica estrutural em nível global a partir da derrocada do Welfare State. Tal conjunto de mudanças e ajustes estruturais ficou conhecido como políticas neoliberais exatamente por reiterar e/ou reatualizar alguns princípios e pressupostos do liberalismo clássico em uma nova conjuntura sociopolítica e socioeconômica do capitalismo. Bruno se desespera ao passar meses fora do mercado de trabalho e decide pesquisar os currículos dos seus concorrentes no mesmo ramo produtivo no qual trabalhava outrora. Movido pela ânsia de inserir-se neste sistema, que por natureza e dinâmica é excludente e predatório, decide insanamente executar os cinco principais e fortes concorrentes seus. Os peritos criminais não conseguem desvelar qual o verdadeiro criminoso mesmo o interrogando várias vezes. Sofrendo com a crise econômica toda a família é abalada, principalmente no que se refere as relações e vínculos afetivos entre o casal. O filho é preso por cometer furtos de softwares, mas logo é solto com a ajuda do pai que encoberta o delito e dificulta as investigações. O que não passa despercebido no filme é a forma como as pessoas se relacionam nesta nova sociabilidade fundada na competição, no individualismo exacerbado, na apatia, no desprezo e no anti-socialismo. Aliás, a vida humana perdeu o seu valor, isto é, foi banalizada perpassando a cada dia por um processo de espetacularização, e isto fica evidente na trama quando o filho do protagonista rir e se diverte com o suicídio do acusado pelos crimes que o seu pai cometeu. Parafraseando Marx, vivemos na era em que o ter subordinou o ser, ou seja, as mercadorias são supervalorizadas em detrimento da banalização e destruição da vida. As relações entre os homens foram coisificadas e as relações produtivas humanizadas. Os sentimentos de carinho, amor e solidariedade deram espaço para sentimentos egocêntricos e mesquinhos. Enfim, após conseguir o tão almejado emprego na empresa Arcadia, Bruno passa a ser alvo de mais um ser em busca de emprego que é capaz de fazer de tudo para consegui-lo assim como ele o fez. Autor: Marcondes Torres.
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Uberlândia, MG
19°
Tempo nublado

Mín. 19° Máx. 29°

19° Sensação
3.05km/h Vento
89% Umidade
37% (0mm) Chance de chuva
06h24 Nascer do sol
05h59 Pôr do sol
Dom 28° 20°
Seg 28° 18°
Ter 29° 20°
Qua 29° 20°
Qui 29° 18°
Atualizado às 07h08
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,20 +0,00%
Euro
R$ 5,55 0,00%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,55%
Bitcoin
R$ 352,383,60 -0,76%
Ibovespa
125,124,30 pts 0.75%