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Antecipação de recebíveis: o que é e como fazer?

Antecipação de recebíveis: o que é e como fazer?

15/06/2018 às 08h42 Atualizada em 15/06/2018 às 11h42
Por: Ricardo de Freitas
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Imagem por @cifotart / shutterstock
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Se o seu negócio está precisando de capital de giro, a antecipação de recebíveis é uma alternativa para pagar contas de curto prazo. Mas, como todo recurso financeiro, é preciso ter planejamento e gestão para não prejudicar a empresa. Afinal, a operação está diretamente ligada ao fluxo de caixa. Por isso, antes de recorrer a ela, é preciso estar munido de informações financeiras do negócio e das próprias condições impostas pela instituição financeira para não acabar no vermelho. Se você tem dúvidas a respeito do assunto, siga com a leitura. Neste artigo, você vai saber o que é antecipação de recebíveis, quando recorrer a ela e como utilizá-la de forma sustentável, sem prejudicar a saúde financeira da empresa.

O que é antecipação de recebíveis

De uma forma simplificada, a antecipação de recebíveis consiste em um recurso que permite à empresa adiantar o recebimento de valores que só chegariam até ela mais tarde. Isso significa que, por meio da operação, ela pode receber dinheiro referente a vendas a prazo, parceladas, com duplicatas, cheques e carnês antes mesmo de a cobrança ser feita ao cliente. Os valores referentes a essas operações de compra e venda são, então, embolsados pela empresa de uma só vez. Essa é uma alternativa de curto prazo, pois, com o dinheiro em caixa, a empresa pode cobrir despesas mais urgentes do negócio, evitando a contração de dívidas que poderiam se tornar uma bola de neve. Vamos supor você tenha uma pequena fábrica de bolsas e tenha feito uma grande venda. O comprador solicitou o pagamento em oito parcelas, com o primeiro desembolso apenas em 45 dias. Nesse caso, dependendo de sua situação financeira, esse parcelamento pode resultar em menos recursos no curto prazo e em capital de giro insuficiente para pagar as despesas da empresa. Assim, é possível recorrer à antecipação de recebíveis para obter, de uma vez só, os valores a serem pagos pelo cliente. Esse dinheiro pode, então, ser utilizado para equacionar as contas e compromissos. Uma das principais vantagens da antecipação de recebíveis é que a empresa embolsa um dinheiro que, de qualquer forma, seria destinado a ela. Na modalidade, ela paga juros normalmente menores do que na contratação de um empréstimo. Custos menores de tomada de crédito significam maior tranquilidade para asfinanças da empresa e para o empreendedor. Além disso, por oferecer maior segurança à instituição financeira, essa antecipação costuma ser mais fácil de contratar do que um empréstimo para o capital de giro, o que ajuda sobretudo as micro e pequenas empresas.

Antecipação ou empréstimo?

É preciso compreender a diferença entre antecipação de recebíveis e empréstimo. Isso é fundamental para que você escolha a opção mais adequada ao seu negócio. Em toda oferta de crédito, a instituição financeira faz uma avaliação do risco de o contratante não pagar sua dívida. No empréstimo, o gestor recorre à instituição financeira para embolsar um dinheiro que não é dele. Como o próprio nome diz, ele pega emprestado um valor que, depois, deve ser devolvido com taxas de juros. A dívida pode ser paga em uma única vez ou de forma parcelada. Nesse caso, a instituição financeira avalia a nota de crédito do solicitante e determina se concederá o empréstimo e com qual taxa de juros o fará. A desvantagem é que, no fim das contas, a empresa paga um valor muito mais alto do que embolsou devido aos juros, que são proporcionais ao período estipulado para a quitação dos valores e relativos ao grau de confiabilidade da empresa contratante. Já na antecipação de recebíveis, a empresa embolsa um valor que será dela em breve. Portanto, o risco de inadimplência é muito reduzido. Então, para a instituição financeira, a avaliação é de que o cliente terá condições de pagar pelos valores tomados. Para o contratante, o resultado são juros e taxas inferiores. Mas qual dessas modalidades, afinal, é a melhor opção? Na prática, aquela que tiver o menor custo para a empresa. De um modo geral, a antecipação de recebíveis dá mais segurança às duas partes. Por um lado, o empreendedor mostra que tem condições de quitar a dívida. Por outro, a instituição financeira tem condições de cobrar menos pelo risco. Trata-se, portanto, de um recurso rápido, que pode ser utilizado em casos de emergência. Sempre que possível, opte pela antecipação de recebíveis, porque ela sai por um preço mais baixo. Já o empréstimo é mais arriscado por envolver taxas de juros mais altas. Os riscos de o empreendedor comprometer seu fluxo de caixa são maiores, já que não há necessariamente entradas de recursos programadas para a quitação. Dessa forma, sem uma boa gestão, o empréstimo pode se tornar uma verdadeira dor de cabeça para o gestor. Então, ele precisa ser evitado sempre que possível. Sendo assim, o empréstimo é uma opção para quem não tem valores a receber, mas precisa pagar alguma conta da empresa. Também pode ser uma opção para quitar dívidas com juros ainda maiores. Mas cuidado: a contratação do serviço só deve ser feita se o empreendedor tiver certeza que conseguirá pagar a dívida. Também é possível citar o financiamento para a expansão dos negócios ou para a criação de um novo empreendimento. A compra de uma máquina cara, por exemplo, pode ser feita por meio de recursos emprestados, que vão se materializar em uma fonte de faturamento. De qualquer forma, você deve ter em mente que controlar o fluxo de caixa e fazer um planejamento de contas é primordial para garantir a saúde financeira do negócio. Com esse gerenciamento, recorre-se ao empréstimo ou à antecipação com mais segurança e consciência. Antes de escolher o melhor recurso para sua empresa, lembre-se de avaliar todas as condições oferecidas pela instituição financeira, para não ser ter surpresas ruins mais tarde.

Quando recorrer à antecipação de recebíveis

Basicamente, o gestor deve recorrer à antecipação de recebíveis quando não tem capital de giro suficiente para manter as obrigações diárias do negócio. Nesse caso, o recurso cobre as despesas mais urgentes para que a empresa não interrompa a produção nem deixe de pagar fornecedores e funcionários. Muitas vezes, pequenas empresas fecham negócios com clientes grandes, quepedem prazos maiores para pagamento. É possível, em situações assim, que o vendedor veja uma oportunidade de lucros, mas não tenha uma situação financeira tão tranquila e vislumbre dificuldades por não receber imediatamente pelos seus produtos. Nesse caso, a melhor estratégia é traçar um plano adequado, que permita entender quanto dinheiro a empresa precisa para manter tudo em ordem até o recebimento. Assim, o empreendedor tem a certeza de que precisa (ou não) tomar crédito. É preciso salientar que esse tipo de situação deve ser eventual. Recorrer à antecipação de crédito com frequência é um sinal de que você não está fazendo o planejamento financeiro e a gestão do fluxo de caixa de maneira eficiente. Enenhum negócio sobrevive por muito tempo sem essas duas ações. Se todo mês você se sinta impelido a tomar crédito, algo está errado. Não conte com esse dinheiro como se ele fizesse parte parte do caixa todos os meses para evitar ter que contratar o recurso com frequência. Em outras palavras, a antecipação não deve fazer parte do seu planejamento mensal, e sim ser considerada um suporte eventual para a sustentação de suas atividades. Também não esqueça que separar as contas da empresa das contas pessoais é primordial. Muitos gestores cometem esse erro, prejudicando as finanças do negócio. Portanto, nunca conte com o dinheiro da antecipação para pagar dívidas individuais que não dizem respeito ao empreendimento.

Como fazer a antecipação de recebíveis

O primeiro passo para fazer a antecipação de recebíveis é analisar taxas de juroscobradas pelas instituições financeiras referentes à operação. Faça um mapeamento das condições oferecidas por cada uma, de modo a identificar a situação mais benéfica para o seu negócio. Tenha em mente que, para conceder a antecipação, a instituição analisa ohistórico do cliente e a solidez da empresa, a fim de verificar se há casos de inadimplência ou restrições no nome. Muitas delas apresentam algumas tarifas e taxas para empresas no próprio site. Esses números podem servir de referência para que você distingua, entre elas, as que tendem a cobrar menos pelo crédito. Para uma análise mais precisa, vale a pena conferir o site do Banco Central, que traz relatórios mensais com as taxas de crédito cobradas pelas instituições financeiras do país. No portal, você pode já selecionar o tipo de crédito desejado pela empresa. Não se atenha, porém, a esses números. É preciso conferir de perto qual é a realidade das taxas, pois elas podem variar de acordo com a análise de crédito da sua empresa e de outros fatores que não constam no relatório do Banco Central. Por isso, vá até o banco e converse com um gerente. Se o seu banco atual estiver entre aqueles com taxas mais baixas, melhor ainda, já que você já possui um relacionamento com a instituição financeira e pode, assim, apresentar histórico de bom pagador mais facilmente.

Como usar a antecipação de recebíveis

É muito perigoso antecipar um recebível sem ter uma ideia muito clara do que você vai fazer com o dinheiro. Por isso, planejamento é a palavra-chave. O que exatamente você vai fazer com o dinheiro? O recurso será usado para quê? Pagamento de contas de curto prazo, quitação de uma prestação,pagamento de funcionários, compra de uma máquina? Todas essas alternativas são válidas, mas precisam ser devidamente calculadas. Um passo em falso aqui pode ser bastante prejudicial para a saúde financeira do negócio, já que qualquer tomada de crédito, mesmo com juros atraentes, traz consigo algum risco. Então, é hora de realizar o planejamento financeiro. Ele deve abranger os meses posteriores à antecipação. Afinal, você não poderá contar com o dinheiro que seria recebido mais tarde. Dessa forma, faça uma projeção do caixa nos meses seguintes para ter certeza se o montante antecipado não fará falta. Isso evita que a empresa nade contra a maré, contraindo uma dívida atrás da outra. Pense na saúde financeira do negócio a médio e longo prazos. Caso contrário, ele não será sustentável por muito tempo. Nesse cenário, adotar uma planilha é uma ótima alternativa para manter as informações organizadas, de modo que seja fácil visualizá-las. Para isso, é preciso registrar os dados com rigor, para que nada fique de fora do planejamento. E você também pode ir além da planilha e adotar uma plataforma de gestão, como a ContaAzul, que reúne dados de todos os departamentos da empresa e facilita a previsão e organização de receitas, as contas a pagar, a conciliação bancária e os processos fiscais e tributários. Nessa hora, toda preocupação é válida, já que o dinheiro da sua empresa está em jogo.
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