22°C 30°C
São Paulo, SP

Anvisa alerta: medicamentos estão sendo falsificados em meio à pandemia

Anvisa alerta: medicamentos estão sendo falsificados em meio à pandemia

06/06/2020 às 21h06 Atualizada em 07/06/2020 às 00h06
Por: Ricardo de Freitas
Compartilhe:
Fonte: Google
Fonte: Google

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta na sexta-feira, 5, sobre o aumento de casos de falsificação de medicamentos no Brasil nos primeiros meses de 2020.

Continua após a publicidade

Entre as falsificações, estão medicamentos utilizados no tratamento para hepatite C, vacina para a gripe e remédios para distúrbio do crescimento, obesidade e diabete. Segundo o órgão, a fiscalização e o aumento de compras online durante a pandemia do novo coronavírus estão entre os motivos para o crescimento dessas ocorrências.

De acordo com a agência, cinco casos foram registrados neste ano ante três em 2018.

No ano passado, foram quatro. "As denúncias foram recebidas no ano de 2020. A partir da ciência desses fatos, a Anvisa começou os procedimentos de investigação com inspeção com a Polícia Civil dos Estados. Apesar de a gente ter identificado que, em alguns casos, a prática ocorria desde 2019, com a situação atual da pandemia, houve o aumento da aquisição pela internet, o que favorece a prática", explica Mariana Collani, especialista em regulação sanitária da Anvisa.

Falsificar medicamentos é considerado crime contra a saúde pública, com pena de dez a quinze anos de reclusão e multa, conforme o Código Penal Brasileiro.

Continua após a publicidade

Mariana diz que a maioria das falsificações registradas neste ano foi detectada em medicamentos adquiridos por meio de empresas que prestam assessoria para importação e fazem a entrega principalmente para planos de saúde.

"Muitos casos de falsificação estão envolvendo a importação de medicamentos que tem sido feita pelos planos de saúde para o atendimento de decisão judicial por meio de empresas de assessoria de comércio exterior.

Nos casos atuais, são 80% com importação de empresas de assessoramento que têm fontes não idôneas no exterior para ter um preço mais barato do que o detentor do registro teria no Brasil. Se a importação for necessária, é importante que o plano de saúde entre em contato com a empresa detentora no Brasil."

"De acordo com o documento entregue à Gilead, o paciente no Brasil recebeu frascos de Harvoni cujo lote a Gilead não reconhece como sendo legítimo. Os frascos de Harvoni falsificados foram adquiridos por uma importadora no Brasil, específica e pontualmente para esse paciente através de importação direta."

Continua após a publicidade

Procurada pela reportagem, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que irá avaliar o caso com a Anvisa.

Ainda de acordo com a especialista da Anvisa, os casos ocorrem com mais frequência em medicamentos de alto custo, que são mais caros, mas avalia que a população e os profissionais de saúde estão mais preparados para identificar os medicamentos falsificados.

"Para consumidores, a compra deve ser feita somente farmácias e isso também se aplica à internet, onde farmácia e drogaria têm de ter um site com o domínio '.com.br'. Nunca comprar de pessoas físicas, em ruas, feiras ou redes sociais", recomenda.

Vacina para gripe teve três casos de falsificação

Segundo a Anvisa, a vacina para gripe Fluarix Tetra, da empresa GlaxoSmithKline Brasil (GSK), teve três casos de falsificação neste ano. A GSK informou que recebeu informações em seu canal de atendimento ao consumidor sobre doses falsificadas em Coxilha (RS) e, após apurar a situação, fez uma denúncia na secretaria de Saúde do município.

"A cadeia logística da vacina comercializada pela GSK segue as condições especificadas no registro do produto junto à Anvisa, conforme as boas práticas de distribuição e normas de segurança e qualidade exigidas", informou, em nota, a empresa.

Em fevereiro e março, a Novo Nordisk foi alertada por um profissional de saúde sobre a possível falsificação dos medicamentos para distúrbios do crescimento Norditropin FlexPro e Norditropin Simplexx, este último não está registrado na Anvisa e não pode ser comercializado no Brasil.

Os medicamentos Victoza e Saxenda, indicados para diabete e obesidade, respectivamente, também foram falsificados. Na versão falsa, os medicamentos tinham a apresentação em gotas e em cápsulas, quando as versões originais são subcutâneas.

"Quaisquer outras apresentações dos referidos medicamentos, incluindo as formas cápsulas e em gotas, não são fabricadas e/ou distribuídas pela Novo Nordisk. Sem o registro da Anvisa, caracterizam-se, portanto, como casos confirmados de falsificação."

A agência registrou ainda dois casos de falsificação do medicamento Defitelio (defibrotida), registrado no Brasil pela empresa Zodiac Produtos Farmacêuticos. O remédio é usado por pacientes que tiveram complicações após a realização de transplante de células-tronco.

Como identificar medicamentos falsificados

Segundo Mariana, além da compra em local autorizado, o consumidor deve observar a integridade do lacre de segurança, holograma, número de lote, data de validade e fabricação. Caso faça tratamento com o medicamento, a pessoa pode comparar as embalagens.

"Na embalagem externa, observar se tem erros de português, sinais de que informações foram apagadas, alguma etiqueta colada ou impressão falhada e a rotulagem deve ser em português."

Com Anvisa

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
São Paulo, SP
23°
Tempo nublado

Mín. 22° Máx. 30°

24° Sensação
2.57km/h Vento
90% Umidade
93% (15.01mm) Chance de chuva
06h09 Nascer do sol
06h19 Pôr do sol
Qua 31° 21°
Qui 33° 20°
Sex 20° 17°
Sáb 19° 17°
Dom ° °
Atualizado às 23h07
Economia
Dólar
R$ 0,00 %
Euro
R$ 0,00 %
Peso Argentino
R$ 0,00 %
Bitcoin
R$ 0,00 %
Ibovespa
0,00 pts %