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Busca por empréstimo pessoal na Região Sul bate 10% e é a maior do país

Busca por empréstimo pessoal na Região Sul bate 10% e é a maior do país

24/08/2021 às 17h50 Atualizada em 24/08/2021 às 20h50
Por: Gabriel Dau
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O empréstimo pessoal tem sido visto pelos brasileiros como uma alternativa financeira para enfrentar as dificuldades causadas pelo coronavírus.

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Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, referente a dezembro de 2020, em cerca de 6,4 milhões de domicílios brasileiros pelo menos um morador recorreu a empréstimos durante a pandemia. 

Com 10,2%, a Região Sul foi onde houve o maior volume de procura por crédito e, também, o menor índice de recusa (9%). Já a Região Norte apresentou a maior taxa de negativa em relação aos empréstimos.

Aproximadamente 15,1% dos domicílios tiveram seus pedidos recusados. No Brasil inteiro, do total de 68,6 milhões de domicílios consultados, em 5,6 milhões a solicitação foi atendida e em 776 mil o crédito não foi concedido.

O levantamento conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que as pessoas estão recorrendo ao empréstimo em meio à crise sanitária.

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Nessa linha, a fintech de crédito Lendico, que também elaborou uma pesquisa sobre o assunto em 2020, concluiu que a pandemia motivou 43% dos pedidos de empréstimo pessoal, sendo que 70% dos entrevistados optaram por esta alternativa de crédito pela primeira vez na vida.

Entre os motivos levantados para o uso deste recurso, 45,4% indicaram a perda parcial de renda. Já a perda total de renda, motivada pelo desemprego ou suspensão total dos pagamentos, representou 16% das respostas.

Ambos os fatores fizeram de 2020 um ano marcado pela falta de renda nos lares. 

Outros 12,3% dos agregados familiares contraíram dívidas para ajudar familiares ou pessoas próximas, enquanto gastos com a saúde representaram 7,7% dos motivos para recorrer ao crédito.

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Gastos com home office afetam a renda das famílias brasileiras

Cerca de 14% das famílias pediram empréstimos para custear as necessidades do trabalho remoto, como móveis ou equipamentos eletrônicos para trabalhar em casa.

Um indicativo destes gastos foi demonstrado na venda de computadores, que cresceu 16% no primeiro trimestre de 2020, segundo um levantamento da consultoria de tecnologia IDC Brasil.

O número se mantém em alta em 2021. Só no primeiro trimestre, por exemplo, foi registrado um aumento de 17% em relação ao ano anterior.

O home office também representou um desafio financeiro aos trabalhadores, tendo em vista a crise financeira no País e o aumento do dólar que, por sua vez, influenciou na elevação dos preços dos equipamentos eletrônicos.

De acordo com a IDC Brasil, no fim de 2020, um desktop tinha o preço médio de R$ 3.782,00, enquanto os notebooks custavam cerca de R$ 4.299,00.

Isso significa uma alta de 23,5% no valor de compra em relação ao terceiro trimestre do primeiro ano de pandemia.

Vale lembrar que, segundo o IBGE, a renda média per capita no Brasil em 2020 foi de apenas R$ 1.380, com 13 Estados apresentando uma renda média inferior ao salário mínimo, que era de R$ 1.039.

Com isso, para comprar um desktop, um trabalhador precisaria de quase três meses inteiros dos seus rendimentos, enquanto para comprar um notebook seria necessário investir mais do que um trimestre de ganhos.

A venda de escrivaninhas e cadeiras para trabalho também dispararam em vendas durante a pandemia: segundo uma publicação da Valor Investe, lojas como Etna, Tok&Stok e Mobly registraram mais do que o dobro das vendas em relação a um ano não-pandêmico.

Apenas a Tok&Stok divulgou que vendeu 228% mais escrivaninhas de março a maio de 2020. No mesmo período, as vendas de estantes cresceram 130% e a saída de produtos de escritório aumentaram 171%. 

Já na Etna, as vendas de produtos para escritório triplicaram entre abril e junho de 2020, em comparação ao período de janeiro a março nas mesmas categorias.

O Mercado Livre apresentou os números mais impressionantes. Só com a venda de cadeiras de escritório, de março a junho de 2020 o montante foi 1362% maior em relação ao mesmo período do ano anterior.

Cresceram também em 474% os modems de internet, em 1485% as placas de rede (peça que permite a conexão do computador com a internet) e em 652% as webcams.

Estas estatísticas corroboram com a alta na procura por empréstimo pessoal para adquirir equipamentos de trabalho e para enfrentar outras dificuldades financeiras.

Afastamentos, desemprego e inflação desestabilizam as famílias

Dados do IBGE apontam que, em setembro de 2020, 5,4 milhões de trabalhadores estavam afastados das suas funções em virtude das medidas sanitárias para conter o avanço da pandemia. 

Destes, 1,1 milhão de brasileiros não receberam qualquer salário no mês, o que significa 19,8% de todos os afastados. Em agosto do mesmo ano, os afastados sem remuneração eram 23,7%.

Já em 2021, o desemprego, que esteve em alta durante todo o período afetado pelo coronavírus, chegou a impressionantes 14,7% — um total de 14,8 milhões de brasileiros. Essa é a maior taxa e o maior contingente de desocupados já registrados pelo IBGE. 

Há ainda outros 6 milhões de desalentados, termo usado para indicar pessoas que desistiram de procurar emprego. Ou seja, ao todo, são mais de 20 milhões de brasileiros sem ocupação.

Outro fator que compromete o orçamento das famílias é o aumento da inflação. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação de maio de 2021 foi a maior em 25 anos, atingindo 8,06% em 12 meses.

Todos esses fatores, somados aos efeitos da crise sanitária, resultaram também em um alto índice de endividamento das famílias.

Esse montante chegou a 70% em junho de 2020, o maior em 11 anos, conforme aponta a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Já a parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas mensais ou dívidas também aumentou nesse período, chegando a 10,8%. Essas estatísticas afetaram em especial as famílias das classes mais baixas, com renda de até 10 salários mínimos.

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