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Como as empresas podem lidar com os impactos emocionais gerados pela Covid-19?

Como as empresas podem lidar com os impactos emocionais gerados pela Covid-19?

02/10/2020 às 13h47 Atualizada em 02/10/2020 às 16h47
Por: Esther Vasconcelos
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A Revista Brasileira de Psiquiatria publicou um estudo que foi replicado pela revista Debates e que revela que o número de pessoas afetadas psicologicamente pela pandemia tende a ser maior do que o número de infectados com Coronavírus. 

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Dados divulgados pelo Ministério da Saúde destacam que até o início do mês de setembro foram notificados mais de 4 milhões de casos de Covid-19 só no Brasil, o que, seguindo-se a lógica do estudo demonstra que há um número possivelmente maior de pessoas com sequelas emocionais como: depressão, ansiedade, pânico, transtorno de estresse pós-traumático, entre outras questões relacionadas à saúde mental do que o número de pessoas infectadas com o novo Coronavírus. 

Se considerarmos os familiares e as outras pessoas que fazem parte do rol de relacionamento dos infectados, esse número aumenta exponencialmente, como mostra pesquisa publicada na revista científica The Lancet sobre como as sequelas emocionais da pandemia permanecerão por anos, mesmo depois que for descoberta uma vacina.   

Para a psicoterapeuta Sabrina Amaral, da Epopéia Desenvolvimento Humano, esses dados corroboram muito para comprovar a relevância do tema saúde emocional no universo corporativo.

“Quando um funcionário retorna ao trabalho apresentando sintomas de febre e indisposição, qual o procedimento em tempos de Covid-19? Certamente encaminhá-lo para avaliação de um médico e afastá-lo imediatamente de suas atividades. 

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Mas, será que, se este mesmo funcionário se queixasse de sentimentos de angústia, medo e ansiedade, o cenário seria o mesmo?

É algo sobre o qual precisamos refletir”, destaca a especialista.  Mesmo antes da pandemia, o Brasil já era considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um dos países mais ansiosos do mundo.

Só em 2019 mais de 18,6 milhões de brasileiros foram diagnosticados com esse transtorno, o que equivale a 9,3% da população.

Além de ser ela a responsável por 25% dos casos de afastamento nas empresas, o que custou ao INSS mais R$ 85 bilhões só no ano de 2017.

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“Em meio ao drama da Covid-19, números assim tendem a avançar exponencialmente”, ressalta a psicoterapeuta. 

O impacto para as empresas vai além dos indicadores de turnover, absenteísmo e afastamentos.

“Imagine um líder de equipe que é afetado por problemas emocionais, certamente toda a equipe acabará sendo direta ou indiretamente impactada.

Ou então, alguém que tenha uma posição altamente estratégica para os resultados da empresa dificilmente estará funcional para ter a mesma performance e tomar as melhores decisões em sua função”, diz Sabrina, que completa: “Somemos a isso fatores como: ambiente de trabalho, motivação das pessoas e ambiência organizacional; o impacto a curto e médio prazo é grande”.  

Em um estudo, conduzido pela World Health Organization, percebeu-se que ansiedade e depressão custam uma média de US$ 1 trilhão na economia mundial.

Por outro lado, para cada 1 dólar investido em ações que promovem melhorias na saúde e bem-estar mental dos colaboradores são percebidos 4 dólares em ganhos com o aumento da produtividade. 

O que fazer?Mas como lidar com essas questões na retomada dos trabalhos presenciais?

A especialista sugere que as empresas tenham a psicologia organizacional e a medicina do trabalho como suas maiores aliadas e elenca três diferentes níveis de profundidade para promover estas intervenções. 

  1. Implantação de medidas para redução do estresse e sequelas do isolamento social;
  2. Avaliações estratégias para enfrentar e eliminar os impactos;
  3. Ações eficazes para prevenir novos casos e garantir a saúde mental dos colaboradores a longo prazo.

Independentemente do nível escolhido, as ações aplicadas devem promover práticas de acolhimento, espaço para escuta, iniciativas de acompanhamento do funcionário no aparecimento e evolução de sintomas emocionais até que esteja funcional novamente.   

É importante acompanhar os trabalhadores que retomam as atividades para ver se apresentam sinais de transtorno, ainda que leves. “Entenda que esses sinais são como os primeiros sintomas de febre que se manifestam antes de uma grande infecção e quanto antes eles forem tratados, melhor para todos. ,

O nível de intervenção poderá ser definido caso a caso dependendo da função, atividades e impactos para a empresa”, destaca.  

Ainda segundo Sabrina, o que não falta aos profissionais de gestão de pessoas é vontade de fazer a diferença para suas equipes, por isso, é preciso avaliar questões de orçamento, cultura da organização, perfil da liderança, entre outros.

Pensando nisso, a especialista elaborou um e-book com dicas que poderão servir de inspiração para os gestores ou até mesmo serem colocadas em prática pelas empresas. 

Por Sabrina Amaral A psicoterapeuta Sabrina Amaral acredita na transformação do ser humano e, após uma vivência de duas décadas na gestão de processos de RH, fundou a Epopéia Desenvolvimento Humano que se propõe a levar à tona o que o cliente tem de melhor com o intuito de ajudá-lo no processo de se tornar pleno, inteiro e feliz.

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