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Criptomoedas: Blockchain na América Latina 2021

Criptomoedas: Blockchain na América Latina 2021

15/09/2021 às 11h41 Atualizada em 15/09/2021 às 14h41
Por: Leonardo Grandchamp
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A Sherlock Communications acaba de divulgar o Relatório de Blockchain na América Latina 2021, que destaca as atualizações na regulamentação e adoção do ecossistema blockchain na Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, El Salvador, México e Venezuela. Com El Salvador sendo o primeiro país latinoamericano a adotar o Bitcoin como moeda oficial, em vigor a partir do dia 7 de setembro de 2021, esse é um movimento que ganha força em toda a América Latina. 

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Além disso, resultados da pesquisa também mostram que a crise econômica desencadeada pelo coronavírus, especialmente forte nos países latinos, também impulsionou a procura por tipos alternativos de investimento, e aí se destacam as criptomoedas. No Brasil, 38% disseram que se sentem muito mais interessados nas criptomoedas, enquanto 37% afirmaram que estão “um pouco mais interessados no assunto”. 

Conforme a regulamentação amadurece ao redor do mundo, a América Latina vai se mostrando um solo próspero para o desenvolvimento de blockchain. O Brasil, sozinho, já acumula cerca de 1.4 milhão de usuários de criptomoedas registrados, e tem construído uma comunidade forte de blockchain principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Patrick O’Neill, sócio-gerente da Sherlock Communications, comenta: “Este relatório mostra um quadro interessante das economias latino-americanas, à medida que a adoção da criptomoeda como opção de investimento legítima se acelera”. 

Porque os latino-americanos investem em criptomoedas

De forma geral, a diversificação de ativos é o principal motivo para aqueles que buscam as criptomoedas. No Brasil, 55% afirmaram ser esse o principal fator motivador para investir nos ativos digitais. 

No entanto, “para proteger meus ativos da inflação e da instabilidade financeira”, o principal motivo citado no mesmo relatório produzido no ano passado, caiu para segundo lugar em 2021, se configurando como a segunda principal razão pela qual os latino-americanos procuram investir nas criptomoedas e sendo citado como fator motivador por 44% dos entrevistados. Na verdade, esse é um receio especialmente forte para os brasileiros: 9% mais citaram esse motivo em 2021 do que no ano anterior. 

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Um terço dos latino-americanos vê a adoção das criptomoedas como um meio de acompanhar as tendências tecnológicas, uma estatística que permanece inalterada desde 2020. 

Porque alguns latino-americanos (ainda) não usam criptomoedas

A falta de conhecimento foi uma das principais razões citadas por pessoas de toda a região. No entanto, uma análise por país mostra que tanto os argentinos quanto os brasileiros se sentem muito menos perdidos do que há um ano atrás: 47% das pessoas na Argentina citaram a falta de entendimento como principal motivo para não investir em 2020, enquanto apenas 34% disseram o mesmo em 2021. No Brasil, 25% citaram a falta de conhecimento como obstáculo em 2021, contra 35% em 2020. 

A falta de dinheiro também é uma das grandes preocupações das pessoas na América Latina, sendo uma forte angústia para os brasileiros: 42% citaram esse como o principal motivo para não investirem em criptomoedas no momento. O medo com a instabilidade do ativo também surgiu como um forte fator, sendo que 37% dos brasileiros afirmou ter “preocupação com o quão instável e variável o valor é”. 

Outra preocupação importante para os latino-americanos é o medo de que os governos locais possam proibir essas moedas - um motivo listado por 20% em toda a região - embora esse medo pareça estar diminuindo regionalmente, o que pode ser comprovado com os cenários no Brasil e na Colômbia. No Brasil, 36% menos pessoas citaram essa como a principal preocupação ao investir (em 2020, o motivo foi citado por 20% dos entrevistados, em comparação com apenas 13% neste ano). Exemplos como El Salvador também vem consolidando essa realidade no território latinoamericano. 

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Construindo confiança 

Segundo os dados da pesquisa, a educação financeira é a forma mais eficaz para construir a confiança nas pessoas da América Latina sobre as criptomoedas, de forma que 44% citaram esse como um meio de gerar mais segurança na hora de investir, em comparação com 39% no Relatório de Blockchain feito em 2020. 

No Brasil, como os principais fatores que aumentam a confiança no investimento, foram citados “ler e entender mais sobre isso” por 45%, “ter plataformas mais confiáveis para negociar” por 39% e acesso a uma “plataforma fácil e que não requer muito conhecimento especializado” por 36%. 

29% dos latino-americanos disseram que desejam uma regulamentação adequada dos mercados de criptomoedas, ante 26% no ano passado. Isso foi mais preocupante no México, onde 34% citaram esse fator em 2021, em comparação com 24% em 2020. Na Colômbia, 32% fizeram o mesmo; assim como 28% no Chile; 27% no Brasil e 24% dos argentinos.

Solo próspero para o Blockchain

Perguntados sobre o avanço das moedas digitais no país, 31% dos brasileiros consideram que há progresso, um aumento de 11% em relação aos 28% dos brasileiros que tiveram essa mesma opinião em 2020. Além disso, 1 em cada 4 pessoas no Brasil acredita que haverá muito mais usuários de criptomoedas no país nos próximos anos. No entanto, 35% achavam que o Brasil ainda estava atrás de outros países, enquanto apenas 4% acham que não há futuro para esses mercados no Brasil.

Segundo Luiz Haddad, consultor de Blockchain da Sherlock Communications: “O mercado de blockchain e criptomoedas segue crescendo na América Latina, e acredito que essa tendência seguirá pelos próximos anos. No Brasil, regulações mais amigáveis atraíram investidores institucionais e corporações para o setor. O experimento de El Salvador pode virar uma grande referência para países latino-americanos de como incorporar blockchain e criptomoedas à suas economias e gerar bem-estar aos cidadãos."

De acordo com os latino-americanos, o principal impacto do desenvolvimento dos mercados de criptomoedas será facilitar as trocas internacionais de dinheiro, impacto citado por 34% das pessoas da região. A aproximação de economias mundiais também foi um cenário citado por 32% dos brasileiros para o futuro das criptomoedas. Além disso, os latino-americanos estão menos preocupados com os riscos de crimes cibernéticos e fraudes relacionadas a criptomoedas em 2021 do que há um ano. Em 2020, 24% da região citavam essa como uma provável repercussão mas, um ano depois, 20% dos entrevistados citaram o mesmo. 

Para José Giraz, analista de mercado financeiro e diretor da Skilling para América Latina, “As criptomoedas vieram para ficar e terão participação ativa na economia mundial. É uma questão de se adaptar às novas tendências e observar jovens investidores que têm demandas diferentes das que estamos acostumados. Na América Latina, mais cedo do que estimamos, os Bancos Centrais da região implementarão suas próprias moedas virtuais e a inclusão financeira será mais eficiente”.

Sherlock Communications (www.sherlockcomms.com) é uma premiada agência de relações públicas e marketing digital na América Latina.

Metodologia

A pesquisa foi realizada em julho de 2021, por meio de um painel online na plataforma da Toluna no Brasil, Argentina, México, Colômbia e Chile. Foram ouvidas 2.734 pessoas, em igual proporção homens e mulheres em todos os países. Os respondentes tinham entre 18-55 anos de idade. Para entender as opiniões de cidadãos da Costa Rica e El Salvador foram realizadas pesquisas adicionais pela plataforma do Google Surveys em ambos países em Agosto de 2021. Foram ouvidas 250 pessoas em cada um destes países. 

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