18°C 28°C
Uberlândia, MG

Depois do Open Banking, o que esperar do Open Insurance?

Depois do Open Banking, o que esperar do Open Insurance?

02/08/2021 às 12h22 Atualizada em 02/08/2021 às 15h22
Por: Gabriel Dau
Compartilhe:

Open Banking mal começou entre os bancos brasileiros e outro desafio, tão ou mais complexo, já surge no horizonte: o Open Insurance, isto é, o sistema aberto no ramo dos seguros. 

Continua após a publicidade

Trata-se do maior projeto de dados e API aberta nesta indústria e, evidentemente, complementa o movimento já iniciado pelo Banco Central no Sistema Financeiro Nacional. 

São transformações que, cedo ou tarde, iriam acontecer também no setor de seguros, estejam as empresas preparadas ou não, e representam uma grande chance de inovarem e melhorarem a experiência de seus clientes.  

Quem encabeça o projeto é a Susep (Superintendência de Seguros Privados).

Em sua proposta, é o “compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio da abertura e integração de sistemas no âmbito dos mercados de seguros, previdência complementar aberta e capitalização”

Continua após a publicidade

O objetivo, evidentemente, é modernizar e simplificar o mercado de seguros, além de colocar o setor em consonância com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Em vigor desde setembro de 2020, ela garante a cada cidadão o direito à portabilidade dos seus dados, demandando ao fornecedor de produtos e serviços o compartilhamento deles quando consentir. 

Mas o que se pode esperar do Open Insurance? Com ele, a pessoa decide quando e com quem deseja compartilhar seus dados, permitindo às empresas criarem produtos e serviços que atendam às necessidades desses usuários. 

O compartilhamento, palavra imprescindível no ambiente digital, favorece a criação e a oferta de serviços bem mais certeiros aos clientes segurados. 

Continua após a publicidade

Isso ocorre porque os dados passam a circular de forma segura e aberta, ou seja, as empresas do setor terão à disposição as informações dos usuários de outras companhias.

É uma excelente oportunidade para as seguradoras inovarem em seus serviços e, claro, se aproximarem de novos clientes.  

Dessa forma, é possível ampliar a concorrência tanto para corretores quanto para seguradoras – principalmente a partir da entrada de novos players interessados na versatilidade dos produtos. 

Essa é uma das bases, inclusive, do conceito de experiência do usuário.

Quem deseja oferecer um relacionamento mais personalizado a seus consumidores sabe que o primeiro passo é identificar suas preferências, desejos e necessidades.

Algo que, em um ambiente cada vez mais digital, somente a análise de dados pode oferecer com excelência.  

Open Insurance, portanto, representa uma via de mão dupla cheia de oportunidades.

Para as seguradoras, é a chance de ter mais dados à disposição para traçar melhores estratégias de negócios.

Para o segurado, é a possibilidade de acessar novos serviços e propostas sairão do papel e se tornarão realidade, promovendo uma reação em cadeia em que os demais segmentos do mercado também se beneficiam e enobrecem, ainda mais, o digno princípio da essência do seguro.  

Os dados abertos na indústria de seguros ainda têm um longo caminho a percorrer. 

O tema esteve em consulta pública pela Susep entre abril e maio de 2021.

Estima-se dois anos para que todas as fases do projeto estejam concluídas – algo semelhante ao que está acontecendo neste momento com as instituições bancárias. No total, são três fases aguardadas.

Na primeira, chamada de open data, há a disponibilização de dados de canais de atendimento e produtos disponíveis.

A fase 2 é o compartilhamento de dados pessoais e envolve o cadastro de clientes e representantes, movimentações dos clientes relacionadas aos produtos e registro de dispositivos eletrônicos.

Por fim, na fase 3 ocorre a efetivação de serviços, com as etapas de contratação, endosso, resgate ou portabilidade, pagamento de sorteio, aviso de sinistros, entre outros.  

Independentemente disso, o Open Insurance já é realidade no Brasil e tem o desafio de simplificar e agilizar um mercado bastante complexo. 

Nessa caminhada, ou as empresas ficam paradas ou resolvem andar e acompanhar a inovação. No fundo, é isto que está em jogo: é preciso privilegiar o segurado, garantindo a ele o acesso a produtos e serviços que realmente façam diferença em sua vida.

Quem perceber isso nesses primeiros movimentos certamente colherá ótimos frutos quando esse projeto sair do papel.

É uma nova mudança de paradigma. Que seja apenas o começo do Open Innovation no país, um novo conceito de desenvolvimento e disponibilidade de produtos, coberturas e garantias em diversos setores. 

Por: Kleber Santos, sócio e vice-presidente de Transformação Digital e Inovação na FCamara, empresa especialista em criação de soluções customizadas e escaláveis para desenvolvimento de aplicativos, plataformas e integrações.

Sobre a FCamara 

No mercado desde 2008 e eleito por três anos como a “Melhor empresa de serviços para e-commerce” pela ABComm, o Grupo FCamara é uma consultoria de TI que promove transformação digital, cultural e cognitiva oferecendo múltiplas soluções digitais. Especialista em transformação digital para os negócios e na promoção de inovação como cultura, o Grupo tem atuação nos principais players dos mercados de finanças, saúde, educação, indústrias, entre outros. Estratégia de dados como fator de crescimento também é uma expertise. Após imersão no Vale do Silício, fundou a Orange Ventures, sua própria Venture Builder, que já lançou mais de dez startups com foco B2B. 

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Uberlândia, MG
26°
Parcialmente nublado

Mín. 18° Máx. 28°

27° Sensação
1.54km/h Vento
61% Umidade
75% (0.69mm) Chance de chuva
06h24 Nascer do sol
05h59 Pôr do sol
Sáb 28° 19°
Dom 27° 20°
Seg 28° 20°
Ter 29° 21°
Qua 29° 18°
Atualizado às 18h46
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,20 -0,79%
Euro
R$ 5,55 -0,54%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,55%
Bitcoin
R$ 354,294,85 +1,23%
Ibovespa
125,124,30 pts 0.75%