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Entenda melhor como artistas e empresários do forró estariam fazendo para driblar o fisco

Entenda melhor como artistas e empresários do forró estariam fazendo para driblar o fisco

19/10/2016 às 08h37 Atualizada em 19/10/2016 às 10h37
Por: Ricardo de Freitas
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Foto: Reprodução
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Vocalistas das bandas Aviões do Forró e Solteirões foram ouvidos em investigação sobre sonegação. Cerca de R$ 830 mil foram apreendidos Por meio de esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, um dos maiores grupos empresariais do ramo do entretenimento, responsável por bandas de forró e casas de show no Ceará, teria causado prejuízo aos cofres públicos de pelo menos R$ 500 milhões, entre 2012 e 2014. O valor é referente aos tributos não pagos pelo conglomerado encabeçado pela A3 Entretenimentos. Foi o que revelou a Polícia Federal após a deflagração da operação For All, realizada ontem, em conjunto com a Receita Federal. Do total de tributos não pagos pelo grupo, R$ 121 milhões são referente só às bandas, o que inclui Aviões do Forró e Solteirões do Forró. O esquema consistia na manipulação do valor declarado nos cachês dos artistas. Eles informavam oficialmente cerca de 20% do valor, sobre o qual incidiam os impostos. Em média, esse valor era de R$ 30 mil, depositado em conta bancária. Porém, os outros 80% (cerca de R$ 120 mil) eram pagos em dinheiro mesmo, instantes antes de as bandas subirem aos palcos. A expectativa é que o valor sonegado seja ainda maior que os R$ 500 milhões estimados, devido à forma como o esquema era executado. De acordo com a delegada da PF Doralucia Oliveira Souza, responsável pela operação, “rotineiramente”, o dinheiro arrecadado circulava de maneira irregular pelas 26 empresas do grupo, incluindo emissoras de rádio, produtoras de eventos e um restaurante. As suspeitas, conforme a delegada, incluem crime contra ordem tributária, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa. Foram cumpridos 76 mandados judiciais, sendo 44 de busca e apreensão, nas cidades de Fortaleza e Russas, no Ceará, e em Souza, na Paraíba. A PF vistoriou 26 empresas e 18 residências. Cerca de R$ 830 mil em espécie foram apreendidos nos locais. Foram executados 32 mandados de condução coercitiva. Os alvos da ação não tiveram nomes divulgados. Mas, a PF confirmou que foram levados para prestar esclarecimentos os vocalistas da banda Aviões do Forró, Solange Almeida e Xand, e o vocalista do Solteirões do Forró, Zé Cantor. Os sócios das empresas, Isaías CDs e Carlinhos Aristides, também foram ouvidos. Bloqueio de bens Por decisão da 11ª Vara da Justiça Federal no Ceará, 163 bens imóveis de pessoas físicas e jurídicas foram bloqueados. Também foram bloqueados 38 veículos de pessoas físicas e 31 veículos de pessoas jurídicas, alguns de luxo. Superintendente da Receita Federal na 3ª Região, João Batista Barros afirmou que há indícios contundentes de infrações relativas à omissão de rendimento, sonegação tributária, omissão dolosa e lavagem de dinheiro. O objetivo agora é coletar elementos para estabelecer os valores sonegados e se todos os conduzidos sabiam do esquema. A assessoria de comunicação da Aviões do Forró divulgou nota afirmando que os integrantes irão colaborar com a investigação. Disse ainda que a agenda de shows não sofreu alterações. A assessoria da A3 Entretenimento não atendeu às ligações do O POVO. A produção da D&E Entretenimento informou que deve se pronunciar hoje. (colaboraram Walber Freitas e Amanda Araújo) Números   R$ 500 milhões seria o prejuízo do esquema aos cofres públicos R$ 830 mil em espécie, aproximadamente, foram apreendidos pela PF ontem Saiba mais A Operação For All envolveu cerca de 260 policiais federais e 35 auditores da Receita Federal. A manhã da ontem foi escolhida como dia para deflagrar a operação por ser data em que os músicos e empresários tinham agenda livre de shows e todos estariam na Capital, conforme apurou a PF. Quatro bandas da A3 Entretenimentos estariam ligadas ao esquema. Os nomes, entretanto, não foram informados. Além da Aviões do Forró e Solteirões, no site da empresa constam os nomes das bandas Forró do Muído e Forró dos Plays, além da Forró do Bom, que se encerrou em novembro de 2014. Segundo o auditor João Batista Barros, a pretensão é estender a investigação às demais empresas que atuam no ramo musical cearense. Outros artistas também estão sendo investigados. O nome “For All”, escolhido para a operação, seria referência à expressão da língua inglesa “for all” (para todos). A hipótese é que o nome “forró” surgiu no início do século XX, quando engenheiros britânicos instalados em Pernambuco para construir ferrovia promoviam bailes abertos ao público (for all). Contudo, o nome forró aparece no dicionário do escritor português Cândido Figueiredo, em 1913, bem antes da época em que os ingleses estiveram no Nordeste construindo ferrovias. Nessa outra hipótese, o termo forró é redução de forrobodó, existente desde o século XIX, que também fazia referência a festas. Forrobodó dá nome, por exemplo, a uma obra de Chiquinha Gonzaga, de 1911. Matéria: O Povo
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