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Inserção de mulheres no mercado de trabalho aumenta, mas desafios permanecem

Inserção de mulheres no mercado de trabalho aumenta, mas desafios permanecem

01/07/2018 às 14h36 Atualizada em 01/07/2018 às 17h36
Por: Ricardo de Freitas
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Foto: Reprodução
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A presença das mulheres no mercado de trabalho vem crescendo a cada ano, mas ainda há desafios a serem superados. A conclusão é de um estudo divulgado durante o 3º Seminário da Rede de Observatórios do Trabalho, que começou na segunda (11) e terminou nesta terça-feira (12), na sede do Ministério do Trabalho, em Brasília. “Percebemos que há uma expansão da presença das mulheres no mercado de trabalho formal, mas elas ainda estão muito alocadas a algumas áreas específicas”, comentou o professor das Faculdades Santo Agostinho de Montes Claros (Fasa) e coordenador do Observatório do Acesso ao Trabalho e da Justiça (Oatjus/Fasa), Gilson Cássio de Oliveira Santos, que conduziu o estudo. Os dados foram coletados em Montes Claros, uma cidade mineira de porte médio, com 400 mil habitantes. Segundo o estudo, no período de 1985 a 2015 houve um crescimento substancial da mulher no mercado de trabalho, chegando a ocupar 45% dos empregos formais em 2015. No entanto, esse crescimento ainda ficou concentrado em alguns setores, como o de serviços. Também houve aumento da presença feminina no comércio, na indústria e na construção civil, mas em números ainda inferiores aos dos homens. “O aumento se deu basicamente em funções ainda alocadas a mulheres, como escriturárias e apoio administrativo”, diz o coordenador. Salários – A pesquisa do Oatjus revela uma redução na diferença salarial entre homens e mulheres. Em 1985, os homens recebiam cerca de um salário mínimo a mais que as mulheres. Em 2007, a diferença quase zerou, mas por conta da redução média dos salários masculinos. “Também se observa que as mulheres trabalham em média duas horas semanais a menos que os homens, o que interfere no salário”, acrescenta Santos. Outra razão para a diferença está nas posições ocupadas pelas trabalhadoras, que costumam ser inferiores às dos homens. “Geralmente, elas não ocupam cargos de chefia, de tomada de decisão”, observa o coordenador do Oatjus. Nacional – Apesar de a pesquisa ter sido realizada dentro de um contexto local, os apontamentos de Montes Claros representam a tendência do Brasil. Santos explica que as cidades de porte médio no Brasil refletem muito o cenário nacional, entre outros motivos porque elas têm uma participação substancial na vida econômica do país e funcionam como pequenos espelhos do cenário macro. “Fazemos as comparações e a tendência é praticamente a mesma”, afirma. “A presença das mulheres cresceu no mercado formal; houve redução da diferença salarial entre homens e mulheres pelo mesmo motivo. Há também no cenário nacional um cumprimento de horas semanais inferior pelas mulheres.” Medidas – Os dados permitem apontar mudanças e medidas que podem ajudar a reduzir ou eliminar as diferenças. Santos cita o exemplo das creches, que ajudam na participação das mulheres no mercado de trabalho. “Quando o casal tem filho, geralmente a mulher é quem cuida dele. Quando o Estado providencia uma creche, a mulher tem como destinar o filho aos cuidados da instituição e se inserir no mercado”, diz. Outro ponto é que as mulheres no mercado de trabalho costumam ter níveis mais altos de escolaridade do que os homens, apesar dos salários menores. “Então, se a escolarização eleva a participação das mulheres, uma boa política seria investir ainda mais na escolarização das mulheres, aumentando a porta de entrada delas no mercado”, afirma o professor. Cultura – Uma medida mais estrutural e de longo prazo seria a transformação cultural. Santos lembra que o Brasil tem mudado muito, mas ainda é um país machista. As próprias mães, diz ele, incentivam as filhas em relação à divisão de brincadeiras e tarefas, mas as escolas podem fazer um contraponto. Em feiras de profissões, por exemplo, é possível mostrar que tanto mulheres quanto homens podem trabalhar em enfermagem, engenharia, ensino e diversas profissões, sem preconceitos. “Desmistificar isso é importante, porque assim a criança, quando crescer e chegar ao mercado, vai poder escolher a profissão que ela quiser”, afirma Santos. Fonte MundoRH
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