A acumulação compulsiva é caracterizada pelo hábito de guardar objetos que já não servem mais, representando uma significativa dificuldade de se desfazer das posses desnecessárias. Neste contexto, a problemática se desenvolve na medida que os itens ocupam exageradamente o espaço de convívio, levando a um acúmulo insustentável.
Especialistas alertam que a condição não trata-se meramente de um problema organizacional, mas sim de um transtorno psicológico que exige o devido tratamento de saúde. Assim como outras doenças de natureza semelhante, o estigma relacionado a condição está atrelada ao seu caráter silencioso e pouco palpável.
Em entrevista para o programa Fantástico da Rede Globo, o médico psiquiatra Leonardo Fontenelle, que integrou o grupo da OMS que reconheceu a condição como doença, informou que os riscos atrelados ao acúmulo compulsivo atravessam diversos fatores.
“A gente tem uma maior frequência de infestação por insetos ou ratos, mas também o risco, por exemplo, de desabamento; fora a questão do incêndio”, informa Fontenelle.
Segundo Fontenelle, a ausência de divulgação com informações relacionadas ao tema, são fatores que dificultam a identificação e tratamento do transtorno. Neste âmbito, especialistas ressaltam que não sejam feitas confusões com condições que não tem nenhuma relação com problemas de saúde.
Existem significativas diferenças entre um colecionador e um acumulador compulsivo, por exemplo. Enquanto este primeiro, possui apreço pelos objetos obtidos, de forma que os preserva nas melhores condições, pessoas que possuem o transtorno em questão, acumulam os itens de forma desorganizada, e chegam até mesmo esquecer da sua existência. A questão aqui é que quando chega a hora de se desfazer, surge uma tremenda dificuldade para tal
O médico reforça que a Acumúlação compulsiva representa “o produto de um sofrimento psíquico que a pessoa está apresentando”.Sendo assim, estamos falando de algo que é objeto de tratamento, logo, a condição deve ser observada como uma doença que oferece diferentes consequências adversas à saúde mental e física do portador.
Previamente, é importante ressaltar que o diagnóstico somente pode vir através de um profissional de saúde capacitado, ou seja, ao notar as características da doença, procure o acompanhamento médico para entender melhor o caso em questão. Portanto, vale reforçar que para qualquer tipo de doença, seja ela de natureza psiquiátrica, psicológica, somática, etc, o essencial é não se autodiagnosticar.
Contudo, isto não impede a pessoa de indetificar sinais que possívelmente indicam um problema maior. Pensando nisso, separamos aqui alguns sintomas informados pela psicóloga Thaiana Brotto por meio do blog “Psicólogo e Terapia”, que podem indicar o momento de ligar o alerta e procurar ajuda profissional.
Brotto é especialista pela USP em Terapia Cognitivo Comportamental, e traz as seguintes características que podem indicar o diagnóstico do transtorno de acumulação:
Mín. 23° Máx. 34°