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Doenças do trabalho: o que empresas precisam saber

Em 2024 a saúde mental ganhou novo espaço na relação de doenças ligadas ao trabalho do Ministério da Saúde com inclusão de depressão, burnout e outros transtornos

05/03/2024 às 18h23 Atualizada em 05/03/2024 às 19h49
Por: Bia Montes
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Doenças do trabalho / Imagem freepik
Doenças do trabalho / Imagem freepik

O Ministério da Saúde atualizou a lista de doenças ligadas ao trabalho — aquelas que o colaborador pode desenvolver devido ao ambiente e condições da operação —, e acrescentou 165 novas patologias, totalizando 347.

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Depressão crônica, episódios depressivos, uso excessivo de álcool e drogas, e burnout podem ser consideradas doenças ocupacionais. Ou seja, a atualização oficializa nas políticas públicas a saúde mental como questão também relacionada ao trabalho, com alterações significativas para as empresas a partir de 2024.

Para Liana Chiaradia, especialista em saúde mental corporativa e founder da Guia da Alma - plataforma de saúde mental para empresas -, a inserção de novas doenças na lista, junto a novos agentes e fatores de risco psicossociais no trabalho, trouxe diversas dúvidas e preocupações para empresas e líderes de recursos humanos, tendo movimentado grupos e fóruns de discussões.

Leia também: Entenda o que é uma Doença Ocupacional!

"Essa relação de doenças ocupacionais amplia o alcance das pessoas a direitos, como afastamentos e indenizações, ao mesmo tempo, exige das empresas um posicionamento e ações objetivas para prevenir esses transtornos e favorecer uma melhor saúde mental para o colaborador para prevenir riscos".

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Como se adequar à nova lista de doenças do trabalho

"Uma gestão atenta ao comportamento da equipe é essencial para identificar se há pessoas em risco de adoecimento mental nas empresas e incentivar a busca por tratamento adequado", lembra Liana.

As doenças, como depressão, ansiedade e outras, só podem ser diagnosticadas por profissionais de saúde. Por isso, oferecer benefícios de saúde é essencial para garantir o suporte correto aos colaboradores.

Quando falamos em questões de saúde mental, incentivar o autocuidado e fazer terapia, torna-se essencial. Além disso, o estímulo à prática de exercícios diários, assim como a hábitos que ajudam a evitar problemas maiores, como pausas regulares para movimentar-se.

"Para garantir a segurança emocional, é importante também estabelecer um espaço de diálogo para o colaborador compartilhar como está se sentindo. Founders e líderes têm em mãos o poder de criar uma cultura saudável nas empresas", explica Chiaradia.

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Leia também: Adoecimento emocional: Pode estar relacionado ao trabalho?

Rodrigo Roncaglio, CEO da Guia da Alma, complementa que a responsabilidade da empresa em promover um ambiente de trabalho saudável vai além do aspecto físico e se estende à saúde mental dos colaboradores.

"A implementação de políticas e programas de bem-estar nas empresas, que incluem o acesso a profissionais de saúde mental e ações preventivas, é essencial para criar um local de trabalho que valorize a saúde integral".

Oficialização de um longo debate

Em 2023, a Oyster HR, companhia internacional de gestão de pessoas, lançou o relatório "Who gives a shuck? An Oyster report on employee disillusionment". Com 2,5 mil respondentes, 49,7% deles disseram que a saúde mental é a prioridade número um, aparecendo antes de fatores como saúde física, relacionamentos com amigos, hobbies, carreira e crenças religiosas.

A mesma pesquisa apontou que 74,6% dos colaboradores têm dificuldade de focar no trabalho devido às crises que ocorrem ao redor do mundo.

Ou seja, os colaboradores estão cada vez mais buscando por oportunidades em ambientes de trabalho mais saudáveis, onde exista segurança psicológica, com apoio das lideranças para exercer atividades com flexibilidade de horários, além de compreensão quando surgem imprevistos na vida pessoal.

Os especialistas em saúde corporativa reforçam que os cuidados devem começar desde o primeiro colaborador, ou seja, o próprio fundador, até chegar à equipe.

"Para as empresas terem sucesso, o bem-estar é determinante na produtividade e na tomada de decisões", complementa Rodrigo Roncaglio.

"A mudança na lista de doenças ocupacionais consolida um debate que ocorre há anos nas grandes corporações e empresas de tecnologia: saúde mental é resultado também do ambiente de trabalho. As empresas estão entendendo a importância e ROI de investir na saúde mental de seus colaboradores por meio de oferta de benefícios em terapia e outras ações, que provocam uma mudança de cultura no mercado".

 

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