Carreira
Decisão do STF sobre “pejotização”; o que muda?
O Supremo Tribunal Federal decidiu mudanças sobre as regras de “pejotização” para os brasileiros; entenda o que pode mudar.
Se você trabalha como PJ — ou pensa em contratar alguém nessa modalidade — é bom ficar de olho nas regras da “pejotização”. O Supremo Tribunal Federal (STF) deu um passo importante para decidir, de uma vez por todas, o que é legal e o que é golpe disfarçado de contrato. Mas, como toda boa discussão no Judiciário, essa também vem cheia de camadas, exceções e impactos que ainda serão sentidos por um bom tempo.
Mas afinal, o que é “pejotização”?
A “pejotização” acontece quando uma empresa contrata uma pessoa física como se fosse uma empresa (PJ), geralmente para fugir dos encargos e direitos previstos na CLT. Ou seja: o trabalhador tem que abrir um CNPJ, mas atua na prática como se fosse um funcionário com carteira assinada. Ele bate ponto, responde a chefe, cumpre horário… mas sem FGTS, 13º, férias ou outros benefícios.
Essa prática é comum em setores como tecnologia, saúde, vendas e marketing, mas também é vista por muitos juristas como uma forma de fraude trabalhista, especialmente quando a autonomia do PJ é meramente formal — no papel, sim; na rotina, nem tanto.
Mas o que o STF decidiu?
Na última semana, o ministro Gilmar Mendes suspendeu todos os processos em andamento na Justiça que discutem a legalidade da pejotização, até que o STF defina um entendimento único sobre o tema — e que deverá ser seguido por todos os tribunais do país.
Ou seja: a Justiça do Trabalho está impedida, por ora, de julgar esses casos até que o STF bata o martelo.
Veja mais:
- Mudanças para regras do trabalho aos domingos e feriados. Você está pronto?
- Qual a alíquota padrão na Reforma Tributária?
- O que fazer para manter o BPC ativo e não perdê-lo sem aviso
- Sua empresa está preparada? Reforma Tributária começa a ser testada em junho
- Posso usar o FGTS para consórcio de imóvel ou compra de carro?
Motivo da suspensão
Porque o STF entende que já havia decidido sobre temas semelhantes em 2018, quando validou a terceirização de qualquer atividade da empresa. Na visão do Supremo, a pejotização — em alguns casos — pode ser considerada válida, principalmente quando:
- O trabalhador é qualificado;
- Os termos do contrato foram aceitos de forma livre;
- Há remuneração compatível com os riscos e encargos do modelo PJ.
Mas a Justiça do Trabalho tem desconsiderado esse entendimento e reconhecido vínculo de emprego em diversos casos, o que levou o Supremo a intervir para evitar decisões conflitantes.
O que muda para quem é PJ hoje?
Se você já tem um processo aberto na Justiça para pedir vínculo de emprego por ter atuado como PJ, seu processo está temporariamente suspenso. Se você ainda não entrou com ação, pode aguardar a decisão do STF — mas atenção ao prazo de prescrição (que é de dois anos após o fim do contrato).
Já para empresas, a decisão traz um momento de atenção: se o STF validar amplamente a pejotização, muitas organizações podem migrar de CLT para PJ por interesse econômico, o que pode precarizar direitos trabalhistas — e gerar nova onda de judicializações no futuro.
Ilegalidade da “pejotização”; entenda
Aí o impacto será o oposto: as empresas que utilizam o modelo PJ de forma indevida terão que arcar com todas as obrigações trabalhistas retroativamente, como férias, FGTS, 13º salário e horas extras. Isso pode gerar multas e encargos altos, além de prejudicar a reputação da empresa no mercado.
E entregadores de app, entram nessa?
Não. A discussão sobre “uberização” — motoristas e entregadores de plataformas — está em outro processo no STF, com relatoria do ministro Edson Fachin. Mas, mesmo sendo diferentes, ambos os temas dialogam com o mesmo dilema: como garantir direitos em um mercado cada vez mais flexível, mas nem sempre justo?
MEI 360: O sistema do Jornal Contábil é ideal para revolucionar a gestão do seu negócio! Conheça Agora
-
Fique Sabendo3 dias ago
PF Assume Controle de Armas de CACs em Julho; Exército Deixa Fiscalização
-
CLT3 dias ago
Riscos psicossociais: MTE prorroga implementação da NR1 para 2026
-
Reforma Tributária3 dias ago
Reforma Tributária e o Agro: Novo IVA Traz Benefícios, Mas Exige Adaptação e Cautela do Produtor
-
Fique Sabendo3 dias ago
Prazo para regularizar título de eleitor termina segunda (19)
-
INSS4 dias ago
Aposentadoria da mulher: o que mudou e opções de aposentar em 2025
-
Imposto de Renda3 dias ago
Como tirar o extrato do INSS para fins de Imposto de Renda?
-
Direito3 dias ago
Reforma Tributária: Disputa entre Entidades de Prefeitos Pode Atrapalhar Conselho do Novo Imposto?
-
MEI3 dias ago
MEI: Alerta Geral! Prazo da Declaração Anual (DASN-Simei) 2025 Encerra em 31 de Maio