Você sabia que a cada
R$ 10 pagos em uma
cachaça, casaco de pele, vodca ou cigarro,
R$ 8 são apenas
impostos? Esses quatro produtos são os mais tributados do Brasil, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Todos sofrem uma tributação total que supera 80% do preço final do produto. Logo em seguida na lista dos 10 produtos com mais impostos, aparecem o
perfume, a
caipirinha, o
videogame, o
revólver, o
perfume nacional e a
moto acima de 250 cilindradas. A lista varia pouco ano a ano. A razão, segundo João Eloi Olenike, presidente do IBPT, é que o princípio d governo é taxar mais os produtos considerados
não essenciais à população. "A regra geral é: quanto mais essencial à população, menor tributado", diz. Portanto, produtos maléficos à saúde (cigarros e bebidas), artigos de luxo, itens supérfluos (como jogos eletrônicos e asa delta) terão mais impostos. É por isso que, na outra ponta da tabela, com a menor incidência de alíquotas, aparecem produtos como frutas, verduras, legumes (11,78% em média de tributação), preservativo (com 18,75% de tributação) e uma cadeira de rodas (18,04%). Os livros didáticos, bem como as revistas, não sofrem cobrança de imposto. A exceção nessa lógica, segundo Olenike, diz respeito aos remédios. Em média, os medicamentos vendidos no Brasil têm 33% de seu preço final apenas de impostos. "O Brasil é um dos países que mais cobra tributação sobre medicamentos", afirma.
Os 10 produtos mais tributados |
Produto | Tributação |
1° - Cachaça | 81,87% |
2º - Casaco de Pele | 81,86% |
3º - Vodca | 81,52% |
4º - Cigarro | 80,42% |
5º - Perfume Importado | 78,99% |
6º - Caipirinha | 76,66% |
7º - Vídeo Game | 72,18% |
8º - Revólver | 71,58% |
9º - Perfume Nacional | 69,13% |
10º - Motos acima de 250cc | 64,64% |
Fonte: IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) |
Seja uma cachaça, uma asa delta ou um forno microondas, cada produto possui sua classificação fiscal. É a forma como o governo brasileiro analisa o bem a ser tributado. Em termos federais, todos os produtos industrializados fabricados no país estão sujeitos ao Imposto de Produtos Industrializados (IPI). O IPI varia de zero para determinadas categorias até 330% (caso do cigarro). "Quanto mais prejudicial à saúde ou supérfluo, maior a alíquota", diz Olenike. A
tabela TIPI mostra quanto é cobrado de IPI de cada item produzido pela indústria brasileira. Em termos regionais, os produtos serão tributados principalmente através do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Cada estado define quanto cobrará de alíquota de cada produto. O IPI e o ICMS cobrados podem ser alterados por determinada política de desoneração do governo. Carros, por exemplo, têm o ICMS em São Paulo fixo em 12% – independentemente se o carro é popular ou um conversível de luxo. Os tributos também podem variar dependendo do entendimento do governo sobre o que é supérfluo ou essencial. Segundo Olenike, é justamente aí que residem algumas distorções. Há produtos, segundo ele, que deixaram de serem supérfluos e ainda sofrem tributação excessiva. "Há 20 anos, quando o forno microondas entrou no Brasil era caro porque era considerado artigo de luxo. Hoje, tem 30% de IPI, mas é necessário na maioria das casas. De forma geral, o governo precisava revisar o IPI e o ICMS para verificar o que é atualmente supérfluo ou não", diz. Via Época