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Pequenas empresas têm dificuldade de acesso a linhas de crédito

Pequenas empresas têm dificuldade de acesso a linhas de crédito

30/05/2020 às 09h26 Atualizada em 30/05/2020 às 12h26
Por: Vanessa Marques
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O Banco Central anunciou no dia 09 de abril algumas medidas que visavam facilitar o acesso de micro e pequenas empresas a taxas de crédito mais atraentes junto às principais instituições financeiras. Como parte dessas medidas, o Bacen diminuiu o requerimento de capital das operações de crédito destinadas a essas empresas. Assim como anunciou a permissão de reclassificação de risco de inadimplência perante as instituições bancárias.

Apesar de todas essas medidas tomadas pelo Bacen parecerem um "alívio" para os micro empresários, a realidade tem sido bem diferente e dificultosa. Segundo uma pesquisa feita pela revista Valor Econômico, representantes de dez setores relataram a permanência de altas taxas e maior exigência de garantias na busca por novas linhas. Além de se queixarem da demora pela liberação de programas oficiais para financiamento.

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Há quem diga que nunca houve tamanha necessidade de ajuda das autoridades para que essas empresas se mantenham abertas e seus funcionários empregados. Entretanto, de acordo com o IBGE, 21% das empresas quebram em seu primeiro ano de atividade. E mais: metade delas fecham as portas antes de completar quatro anos de atividade.

Por conseguinte, pode-se perceber que, mesmo tempos de "águas calmas", as micro empresas não conseguem se manter sem incentivos, haja visto que o Brasil é um dos países com as maiores alíquotas e complexidade no recolhimento de impostos, elevada burocracia para se abrir e encerrar CNPJs, ambiente de negócios instável e pouco competitivo.

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Desta forma, este momento de crise ao qual estamos passando por conta da pandemia, demonstra de maneira mais clara e evidente as fragilidades das nossas micro e pequenas empresas, incapazes de manter caixa para capital de giro, que lhes ofereçam sobrevida por sequer poucos meses.

Diante dos fortes indícios de que os problemas relacionados à pandemia demorem a passar, as incertezas com relação à estabilidade do cenário mundial e a recessão a qual estamos entrando, poucas alternativas sobram a este grupo de empresas: demissão em massa, abertura do processo de falência ou, para se salvarem, acesso facilitado a crédito barato.

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Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, mais de 90% das micros e pequenas empresas com faturamento anual de 80 a 360 mil reais, não conseguiram acesso ao crédito disponibilizado por medidas do governo federal. De acordo com ele, o segmento é responsável por 37% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. E acrescentou que um dos possíveis impedimentos para o acesso ao crédito é o fato de as instituições bancárias estarem receosas em emprestar para os pequenos empresários.

Outro dado importante, divulgado pelo Sindicato de Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (SIMP), mostrou que 75% dos microempresários acreditam que as medidas anunciadas pelo Bacen não estão chegando a seus negócios. Em adição, uma pesquisa feita pelo SEBRAE, em abril, apontou que 60% das micro empresas que buscaram linhas de crédito junto a instituições financeiras obtiveram seus pedidos negados.

O cenário atual é de elevado risco para as instituições financeiras fornecedoras de crédito, mediante ao ambiente de incerteza e consequente risco de inadimplência, o que torna o crédito inacessível e caro. Cabe, desta forma, ao Estado, a criação de regras que promovam a desburocratização do processo de acesso ao crédito e a promoção de garantias aos emprestadores.

Nesta linha, foi sancionado recentemente o projeto de Lei 13.999, de 2020, que cria o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), onde é possível requerer a garantia do Fundo Garantidor de Operação (FGO) em até 85% da operação. Este fundo é administrado pelo Banco do Brasil, com aporte da União de R$ 15,9 bilhões.

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Talvez este novo programa seja um alento às empresas que sobraram e ainda lutam para se manter em operação, mas é preciso aguardar o que ocorrerá na prática.

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Autoria deste artigo: Marianna Rodrigues (membro do NECON FECAP) e Nadja Hedierich (Profa e coordenadora do NECON FECAP).

Sobre a FECAP: A Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) é referência nacional em educação na área de negócios desde 1902.

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