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Saiba como promover igualdade de gênero nas empresas

Saiba como promover igualdade de gênero nas empresas

05/08/2021 às 11h16 Atualizada em 05/08/2021 às 14h16
Por: Gabriel Dau
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Segundo Melinda Gates, nos últimos tempos, existe uma energia e uma atenção sem precedentes em torno da igualdade de gênero e isso possibilita uma grande oportunidade para viabilizar metas ambiciosas e ousadas. 

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As projeções do Fórum Econômico Mundial, que medem a igualdade de gênero com base na representação das mulheres na força de trabalho e em cargos públicos, bem como na saúde e educação, afirmam que o Brasil perdeu seis posições desde a última pesquisa e se encontra no 95º lugar dos 189 países do ranking.

A pandemia afetou profundamente a todos, mas as mulheres foram as mais impactadas. 

É evidente que a questão do gênero é um problema global e que a atenção para o tema é uma pressão de grande proporção que nos dá uma chance para evoluirmos mais rápido do que afirmam as estatísticas. 

Para aumentar o nosso otimismo, David Solomon, presidente mundial da Goldman Sachs, anunciou que  só irá avaliar empresas para abertura de capital caso exista, no mínimo, uma mulher no conselho de administração.

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Para este ano, a meta do presidente evoluiu e o critério de avaliação subiu para duas mulheres nos conselhos. Por enquanto, a iniciativa está em funcionamento nos Estados Unidos.

Essa atitude demonstra uma ação estratégica e assertiva para movimentar grandes empresas sobre a importância do assunto.

Obviamente, não só por uma questão de justiça social, mas porque a evolução da eficiência de empresas com mulheres em cargos de decisão é comprovada.

Infelizmente a realidade atual é que mais de 90% dos conselhos são representados apenas por homens brancos. 

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Hoje, depois de contribuir com dezenas de empresas com workshops e treinamentos para as ensinar a lidar melhor com o assunto, é possível notar que as grandes instituições  globais estão à frente quando se trata de iniciativas para promover a equidade de gênero.

Elas recebem uma pressão de fora que “obriga” os executivos brasileiros a prestarem contas sobre o assunto.  

E as empresas que não tem esse perfil como estão? 

Essa é a grande hora de agir e fazer acontecer.  

Muitas ainda são discretas quanto ao assunto e subestimam o potencial econômico dessa iniciativa. Estas trabalham apenas com eventos motivacionais no Dia Internacional da Mulher.  

Os eventos são muito importantes e devem ser realizados com certeza.

Mas, mais do que presentear com pequenos mimos neste dia, as empresas devem inovar, levando conhecimento e estímulo para que as mulheres se sintam inspiradas a crescer e assumir papéis cada vez mais relevantes.  

No entanto, faltam ações concretas para sustentar o discurso de que as companhias se importam com a equidade de gênero. No final, tudo acaba sempre em mais uma simples homenagem em uma data comemorativa.

Algumas empresas também não sabem por onde começar a fazer a diferença. Elas são início a uma série de frentes, mas nada pensado para ter continuidade.  

É por essa razão que decidi compartilhar  dicas simples que podem ser implantadas de imediato para promover resultados efetivos no curto, médio e longo prazo. 

Tais ações  podem ser colocadas em prática por todas as empresas, independente do porte ou das pressões externas que recebem. 

O que fazer primeiro? 

Acredito fortemente que grande parte da mudança está na reeducação e sensibilização de todos os colaboradores.

No fundo, estamos falando de acolher, incluir e respeitar as nossas diferenças.

É preciso ter um olhar para os nossos próprios preconceitos, com a consciência de que fomos criados em uma sociedade enviesada, para assim estimular a autorresponsabilidade e promover grandes mudanças no dia a dia...

Cinco etapas para implantar estratégias com resultado 

1.  Ouvir

As empresas precisam buscar o seu autoconhecimento, ou seja, entender qual o grau de consciência que os colaboradores têm sobre o assunto e, principalmente, investigar quais são as realidades e atitudes  do cotidiano que refletem os preconceitos de gênero.

Quantas mulheres estão em posições de liderança? Quantas mulheres fazem parte dos processos seletivos para determinadas vagas? O que as mulheres dizem sobre o dia a dia nesta empresa e como elas se sentem? Quais situações são incômodas e as impedem de ascenderem ou as limitam? Existem constrangimentos? 

Uma pesquisa simples e anônima pode ser o primeiro passo para abrir a agenda e fazer um diagnóstico real. 

2. Conscientizar

Não adianta fazer a pesquisa e não usar as informações para canalizar ações concretas. O levantamento pode ser anônimo porque a finalidade é exatamente ouvir para entender a realidade.

Feito isso, haverá um diagnóstico de situações do dia a dia que não são apropriadas e que devem ser alteradas a partir de uma conscientização do que  é certo e errado. 

O óbvio precisa ser dito porque, por incrível que pareça, isso não é claro.  

A conscientização pode ser feita de diversas formas: comunicados internos explicando conceitos, perguntas e enquetes pelos corredores e e-mails internos, informativos nos banheiros, etc. 

O foco é sensibilizar, conscientizar e reeducar para incluir.

3. Dialogar

A partir de um diagnóstico de iniciativas e da conscientização, inicia-se uma etapa importante para dialogar com os grupos de homens e mulheres ou exclusivo para mulheres e para homens, sempre com o foco no mesmo objetivo: eliminar preconceitos de gênero e promover a equidade. 

É muito comum as empresas promoverem TALKs sobre diversos temas que visem a conscientização e mobilização.

Além do conhecimento externo, as iniciativas e os seus respectivos desdobramentos devem ser continuamente discutidos para criar ações e novos compromissos para toda a organização. 

Mesmo que sejam pequenos grupos no início, a efetividade está na consistência e crescimento contínuo.  

4. Agir 

Aqui é possível tomar pequenas atitudes que são simples e efetivas, por exemplo: um e-mail de conscientização semanal com pílulas sobre o tema; cartilhas sobre o que é certo e errado; e workshops para trabalhar a capacitação emocional das mulheres e ensinar sobre como incluir os homens nessa discussão. 

5. Medir  

Noto que a maioria das empresas não conseguem medir efetivamente suas iniciativas e mostrar o progresso das ações para os colaboradores e gestores.

Por essa razão, grande parte dos projetos perdem força e são engavetados. A medida que cada pequeno progresso é exposto para todos, as barreiras são quebradas e  se instala uma nova cultura. 

Não é necessário nada complexo para criar métricas, basta saber qual é o ponto de partida, que se iniciou lá na primeira pesquisa (etapa 1).

Na sequência, a companhia pode realizar novas consultas para saber se as iniciativas estão gerando um efeito positivo e o que precisa ser feito.   

O segredo da assertividade está na capacidade de perseguir com consistência um objetivo, começando com um passo de cada vez. 

Perseguir significa investir em profundidade e não superficialidade, ou seja, só comece a próxima ação se você concluir a primeira e for capaz de medir sua efetividade. 

Esse é o verdadeiro ciclo virtuoso de qualquer mudança.  

Por: Amanda Gomes, graduada em Administração de Empresas, pós-graduada em Gestão de Varejo pela Fia USP, possui MBA Executivo pela Fundação Dom Cabral e é CEO e cofundadora do Instituto Geração Soul.

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