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Simples Nacional – Sua empresa está preparada para as mudanças de 2018?

Simples Nacional – Sua empresa está preparada para as mudanças de 2018?

09/07/2017 às 13h00 Atualizada em 09/07/2017 às 16h00
Por: Ricardo
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Foto: Reprodução
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Em 2016, um dos assuntos mais noticiados em torno do favorecimento das micro e pequenas empresas foi a discussão e a aprovação das mudanças no Simples Nacional. Das mudanças previstas, já entraram em vigor a previsão de Investidor Anjo e o parcelamento de dívidas em 120 parcelas, sendo que nesta última, muitos se beneficiaram. Mas as mudanças são mais abrangentes, um conjunto de medidas entrará em vigor somente em 2018. A pergunta que fica é: Você conhece e está preparado para essas mudanças? Se você respondeu não ou ainda ficou na dúvida, continue lendo este texto para entender as mudanças e o quanto isso mexe com a sua empresa. 

Novos Limites de Faturamento

O Simples Nacional é um programa para simplificar e contribuir com as micros e pequenas empresas, e por isso desde a sua aprovação inicial o programa as atende até um limite de faturamento. Ocorre que ao longo do tempo o limite não foi elevado, e ano após ano ele ficou defasado e atendendo a um menor número de empresas. Em 2018 o teto de faturamento passará dos atuais R$ 3,6 Milhões para R$ 4,8 Milhões. Só que para aprovar essa matéria no Congresso a dinâmica teve de ser alterada. Assim que a empresa exceder os R$ 3,6 Milhões, somente terá os impostos federais na DAS para o pagamento. O ISS e o ICMS, impostos de caráter municipal e estadual,  serão calculados e pagos no mesmo formato que as demais empresas não abrangidas pelo Simples Nacional.

Novas Alíquotas e dinâmica de cálculo dos Impostos

Procurou-se reduzir as faixas de alíquotas aplicáveis às empresas. Na tabela atual há 20 faixas de alíquotas dispostas por intervalo de faturamento.  Em 2018 serão somente 6 faixas sendo que a inicial permanece a mesma. A dinâmica de cálculo também mudou e pode provocar muitas dúvidas sobre o imposto efetivo. No formato atual é fixo, se encontra o intervalo de faturamento e se aplica a alíquota da tabela. Já após a mudança, a tabela é progressiva de acordo com o faturamento e para encontrar a alíquota efetiva há um cálculo a ser feito. Segue a fórmula abaixo; RBT12xAliq-PD RBT12 Onde: RBT12 = receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração; Aliq = alíquota nominal constante dos Anexos I a V; PD = parcela a deduzir constante dos Anexos I a V. Exemplo, supondo uma empresa de Comércio no Anexo I que fature R$ 1.200.000,00 por ano. R$ 1.200.000 (RBT12) x 10,70% (Aliq) – R$ 22.500,00 (PD) / R$ 1.200.000 (RBT12)= 8,83% de alíquota efetiva. Observe que neste caso, a empresa pagaria 8,36% de alíquota nas regras atuais, portanto há um aumento da carga tributária nesta situação. Esse aumento não ocorre em todos os cenários, mas é importante ficar atento. Na dúvida consulte um contador.

Mudança nos Anexos

Houve também um enxugamento da quantidade de anexos em que as empresas podem se enquadrar de acordo com a atividade. O Anexo VI foi extinto, para isso todas as empresas que se enquadravam no Anexo V como algumas atividades de TI passaram para o Anexo III. Com isso, as atividades do Anexo VI foram alocadas no anexo V, mas com a mudança de algumas atividades para o Anexo III, como Arquitetura e Urbanismo, Medicina, Odontologia, Psicologia, Terapia Ocupacional, Acupuntura, Podologia, Fonoaudiologia, Clinicas de Nutrição e Bancos de Leite. Outra inovação nas mudanças ocorridas é que as empresas no novo Anexo V, como as empresas de Consultoria, Publicidade, Design e Engenharia se tiverem uma relação Faturamento X Folha de Pagamento superior a 28%, a empresa passará a ser tributada no anexo III. Bem, parece um pouco confuso no primeiro momento essa mudança nos Anexos, mas é fato que ela traz consigo muitas oportunidades de redução tributária para as empresas. É necessário fazer cálculos e simulações e verificar o melhor enquadramento para 2018.

Outras mudanças e facilidades importantes

Além dos pontos acima mais gerais, um conjunto de outras medidas importantes foram aprovadas, que é importante ficar atento. Seguem abaixo as principais:

– Novas Atividades Incluídas

Reivindicação antiga. Os Micro e Pequenos Produtores de Bebidas Alcoólicas como as Cervejarias, Vinícolas, Licores e destilarias foram incluídos no programa. Para isso elas precisam estar inscritas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

– Facilidades para a Exportação

Empresas de Logística Internacional foram autorizadas e realizar procedimentos simplificados e registros eletrônicos no atendimento de clientes que estejam no Simples Nacional. Isso significa mais agilidade e menor burocracia.

– Redutor de Receita para Empresas ligadas a Estética

Quando a Empresa Ligada a Estética como os Salões de Cabeleireiros tiver contrato de parceria com seus cabeleireiros, barbeiros, esteticistas, manicures, pedicures, depiladores e maquiadores (conforme a Lei 12.592) poderá excluir a parcela repassada a esses profissionais de sua Receita Bruta para fins de apuração dos tributos. Essa foi mais uma bola dentro da  Lei.

– Facilidades para participar de Licitações

A Lei também procurou incentivar a participação das empresas do Simples em Licitações. Para isso, extinguiu a necessidade  de entrega das CNDs (Certidões Negativas de Débito) no começo do processo. Agora a entrega somente será exigida na assinatura do contrato. Caso a empresa não possua o documento ainda terá 5 dias úteis para regularizar sua situação.

Mudanças na Fiscalização das Empresas

Foram também aprovadas algumas medidas que melhoram e ampliam o poder de fiscalizar as empresas do Simples Nacional. Com certeza estas mudanças estão atreladas ao foco da Receita Federal em ampliar as ações com empresas desse porte. Na Lei aprovada, a União, Estados e Municípios vão ampliar o acesso as informações dos contribuintes para melhorar o poder de fiscalização nas ações integradas ou não de fiscalização. Algo importante aprovado é que em matérias Trabalhistas, Metrológicas, Sanitárias, Ambiental e algumas outras, a fiscalização será orientadora caso a atividade seja de baixo risco. Isso é bom, pois acaba com aquela lógica de visita e multa. É esperado também um aumento dos procedimentos de auto-regularização, quando o órgão emite comunicado para a empresa regularizar uma pendência antes de um procedimento de auditoria e fiscalização. Isso também é positivo.

O que devo fazer para me preparar para o Simples Nacional

Aqui é o recado para os empresários que estejam ou não hoje enquadrados no Simples Nacional. A primeira ação a se fazer é entender as mudanças. Como relatado no texto, existem pontos positivos e que são oportunidades, mas também pode existir situações onde a mudança eleva a carga da empresa. Entendendo um pouco melhor das mudanças é importante fazer um cronograma para verificar impactos e conversar com o Contador. Esse é o momento ideal, pois já se passou a fase inicial de euforia e ainda há tempo suficiente para analisar o impacto. Não deixe de conversar com o seu contador e combinar essa análise à quatro mãos. As mudanças exigirão essa atenção compartilhada e uma boa relação empresário/contador. Via capital social
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