Previdência Social Proposta
Proposta que reduz carga horária de trabalho aguarda aprovação há 20 anos
Proposta que reduz carga horária de trabalho aguarda aprovação há 20 anos
13/07/2022 08h42 Atualizada há 2 anos
Por: Ricardo

Um dos temas que gera grande repercussão tanto por parte dos trabalhadores quanto das empresas está relacionado a carga horária de trabalho.

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No país a carga horária de trabalho tradicional é de 44 horas por semana, que normalmente ocorre nos dias de segunda a sexta-feira.

Contudo, recentemente abordamos o tema de uma nova jornada de trabalho de 4 dias por semana que está sendo implementada por diversas empresas ao redor do mundo.

O novo modelo que está sendo cada vez mais adotado define uma carga horária semanal de 32 horas sem ocorrer alteração salarial para os trabalhadores.

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Conforme avaliação do centro de pesquisas sobre bem-estar da Universidade de Oxford, no Reino Unido, os estudos quanto à redução da jornada de trabalho são positivos tanto para os trabalhadores quanto para as empresas.

Os estudos avaliam que o impacto de uma jornada de trabalho de quatro dias trouxe reflexos positivos em termos de produtividade e bem-estar entre os funcionários.

Dessa forma as empresas podem melhorar a eficiência e bem-estar dos trabalhadores, tendo como consequência uma maior retenção de talentos e inclusive uma alta na receita.

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Proposta busca mudar carga horária no Brasil

Visto o reflexo positivo que a redução na carga horária traz as empresas que aderem à nova sistemática, no caso do Brasil, experiências como esta são limitadas a pouquíssimas empresas que visam adequar a jornada de trabalho de seus funcionários.

Contudo, existe uma medida que está em trâmite a quase vinte anos e procura reduzir a carga horária máxima prevista por lei.

A medida diz respeito à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/1995 cujo objetivo é alterar a carga horária prevista na Constituição de 44 horas para 40 horas semanais.

Contudo, à medida que se encaixa bem aos novos temas que vêm sendo discutidos e abordados ao redor do mundo, nem mesmo chegou a ser votada.

Conforme informação do portal Correio Braziliense naquele período, a proposta recebeu o aval das centrais sindicais enfrentando a análise desde 1995, porém, sem um desfecho positivo a proposta acabou sendo arquivada e desarquivada por diversas vezes em 2009 quando foi aprovada em Comissão especial.

Porém, de 2009 até os dias de hoje a PEC 231/1995 ainda espera por um acordo que poderá iniciar a votação em primeiro turno da medida.

Vale lembrar que a proposta também altera a relação da hora extra, isso porque atualmente a legislação determina um acréscimo de pelo menos 50%, já com a proposta o valor poderá ser 75% superior à hora normal trabalhada.

Segundo informação do então deputado do PCdoB do Ceará Inácio Arruda que foi o autor da proposta naquele período e que hoje é pré-candidato à Câmara Federal ao Correio Braziliense, atualmente a Câmara se apresenta, em sua maioria, “quase que inimiga do mundo do trabalho”.

No entanto, apesar desse cenário em desacordo com o trabalhador, Arruda ainda considera importante debater sobre a redução da jornada de trabalho, visto que nos próximos anos esse debate será fundamental para garantir a inclusão de mais trabalhadores ao mercado de trabalho.