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Confira algumas maneiras de se proteger da desvalorização do dinheiro ao longo do tempo

Confira algumas maneiras de se proteger da desvalorização do dinheiro ao longo do tempo

11/02/2021 às 10h03 Atualizada em 11/02/2021 às 13h03
Por: Esther Vasconcelos
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado para medir a inflação, fechou o ano de 2020 em 4,52%, a maior alta desde 2016.

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O volume ficou  acima do centro da meta estipulada pelo Banco Central, que era de 4%, preocupando todos os brasileiros.

Afinal, quem viveu o período de hiperinflação no Brasil, sabe o mal que a corrosão do poder de compra da moeda pode causar. Uma preocupação que não é diferente quando se fala em investimentos. 

Com uma taxa de juros em sua mínima histórica (2%), são poucas as aplicações de renda fixa que conseguem hoje oferecer um ganho real ao investidor, ou seja, ter valorização superior à inflação oficial do país.

Diante deste cenário, a boa notícia é que existem algumas maneiras de se proteger da desvalorização do dinheiro ao longo do tempo, confira:

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Títulos públicos atrelados à inflação

O Tesouro Direto IPCA+ talvez seja a forma mais simples e objetiva de investir na renda fixa com a certeza de ter um ganho real. Isso acontece porque ele oferece uma taxa de juros pré-estabelecida, mais a variação do IPCA no ano.

Dessa maneira, por menor que seja a taxa oferecida, o rendimento ao final do ano será sempre maior que a inflação. Mas é importante destacar que este título de renda fixa só trará o rendimento prometido no vencimento do contrato.

Até lá, caso o investidor precise do dinheiro e tenha que se desfazer do investimento, ele poderá ter um rendimento melhor ou pior do que o prometido.

Isso acontece porque, antes do vencimento, este título se comporta como uma renda variável, devido a um processo conhecido como marcação a mercado.

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Nele, o preço do título é precificado diariamente com base nos negócios que todos os investidores fazem ao negociar tais títulos. Portanto, se o investidor não quer correr nenhum tipo de risco, deve se preparar para segurar esse título até a sua data de vencimento.

Renda variável no longo prazo

Com a taxa de juros em queda, não para de crescer o número de novas pessoas físicas na B3, a Bolsa de Valores do Brasil.

No longo prazo, o índice Ibovespa tem se mostrado uma boa alternativa de investimento não só em relação à inflação, mas como um todo. Se considerarmos a inflação acumulada de janeiro de 2000 até o final do ano passado, temos uma variação do IPCA de 250,04%.

Neste mesmo período, o Ibovespa teve uma valorização próxima a 600%, sendo bem vantajoso em relação à inflação. Mas vale destacar aqui as palavras “paciência” e “disciplina”.

É preciso ter uma estratégia bem definida de como vão ser os aportes, quais serão as ações ou fundos de investimento, e não agir por impulso durante as quedas que fatalmente irão acontecer.

Também, vale não esquecer aquela velha máxima de que rentabilidades passadas não garantem rendimento futuro. Portanto, para considerar a renda variável, o perfil do investidor deve ser de moderado a arrojado.

Dólar e Fundos Cambiais

Algo muito comum no Brasil é a valorização do dólar em momentos de crise. A própria valorização da moeda norte-americana, inclusive, tende a impactar a inflação.

Dessa maneira, nada mais comum que buscar a segurança da principal divisa internacional em momentos de turbulência.

Deve-se ressaltar também o perfil um pouco mais arrojado, de quem gosta de comprar dólar como investimento. Isso porque o momento e o preço da compra é de extrema importância. Portanto, muito cuidado.

Imóveis

Um dos investimentos preferidos do brasileiro, que considera viver de aluguel uma boa maneira de se proteger da inflação. Isso porque o aluguel geralmente é corrigido pelo IGPM (Índice Geral de Preços-Mercado), um índice de inflação “mais caro” que o IPCA. Mas aqui reside alguns riscos.

O primeiro é a impossibilidade da maioria das pessoas  poder diversificar quando falamos em imóveis. São poucos os brasileiros que podem ter três ou mais para não depender de apenas de um inquilino.

E aí temos o segundo risco, que é justamente o período em que o imóvel fica vago, pois as despesas não esperam um novo locatário chegar.

E durante a crise de 2020, com a explosão do IGPM, muitos proprietários foram obrigados a aceitar as negociações com os inquilinos para poder continuar a receber algum valor.

Assim, muito cuidado quando for considerar um imóvel com o foco exclusivo de se proteger da inflação. Afinal, apesar de improvável, nunca sabemos quando uma Covid-19 pode chegar para complicar a economia mundial.

Por fim, sabemos que apesar das estratégias de obtenção de ganhos reais, o momento econômico no país ainda exige bastante cautela quando falamos de investimentos. Proteger-se da desvalorização requer acompanhamento constante do mercado financeiro e estudo de cada uma dessas modalidades de aplicações, visando retornos satisfatórios em um futuro relativamente próximo. 

Por Beto Assad é analista de ações e consultor financeiro para o Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras em um só lugar.

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