17°C 30°C
Uberlândia, MG

Gestão Pública: o problema não é dinheiro, é mudança de mentalidade

Gestão Pública: o problema não é dinheiro, é mudança de mentalidade

17/03/2019 às 10h54 Atualizada em 17/03/2019 às 13h54
Por: Vanessa Marques
Compartilhe:

por Marcus Granadeiro*

Continua após a publicidade


Quando temos alguma doença e vamos buscar um médico
ou um hospital, optamos sempre pelo melhor que podemos, não pelo mais
barato. Isso acontece porque temos entendimento sobre a consequência de
um mal atendimento ou de um mal profissional. Quão mais grave a
doença, maior nosso empenho na busca da excelência no atendimento.

Infelizmente este entendimento não existe quando o assunto é
engenharia. Quando se fala em projetos, obras e principalmente em
manutenção, tudo é custo. A busca sempre será orientada por menores
custos e a qualidade parece algo supérfluo.

O problema é que a má engenharia, o projeto pobre, a obra mal
gerenciada e a execução incompetente acabam custando mais e causando
graves consequências. Quando este cenário é associado com uma má
gestão, a bomba relógio está ativada.

É isto que estamos vendo acontecer no Brasil em várias circunstâncias
e, como último exemplo, podemos citar o problema que vimos em São
Paulo nesses últimos dias, que com apenas uma noite de chuva intensa
foi registrado doze mortes e muitas perdas residenciais e comerciais.

Continua após a publicidade

Não é falta de tecnologia. O BIM (Building Information Modeling) e as
diversas tecnologias relacionadas ao tema de cidades inteligentes,
associadas com geoprocessamento, tem capacidade de prever e evitar tudo
que estamos sofrendo. Não é falta de engenharia. Mesmo fazendo na
"mão", temos profissionais e conhecimento para resolver. E não é
falta de dinheiro, pois nada custaria mais caro do que todas as vidas
perdidas e transtornos que estamos vivendo, além de todos os prejuízos
sofridos em acidentes, enchentes e problemas com nossas infraestruturas.

É falta de visão, o que endossa a necessidade de mudança de
mentalidade. É necessário entender que a engenharia não se compra
pelo preço, mas pela qualidade. Entender que fazer bem não é fazer
barato, mas fazer direito, e que não se deve improvisar ferramentas e
recursos, mas usar os adequados.

Vamos olhar os bons exemplos de fora, quão aparelhadas e quantos
recursos têm as concessionárias, departamentos de infraestrutura e
empresas de engenharia. Temos um desafio muito grande! Nossas cidades
têm uma infraestrutura caótica e pouca gestão entre os diversos
players, mas com ajuste no modo de encarar e ver a engenharia, muito
pode ser feito e em pouco tempo.

*Marcus Granadeiro é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica
da USP, presidente do Construtivo, empresa de tecnologia com DNA de
engenharia e membro da ADN (Autodesk Development Network) e do RICS
(Royal Institution of Chartered Surveyours).

Continua após a publicidade
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Uberlândia, MG
29°
Tempo limpo

Mín. 17° Máx. 30°

28° Sensação
5.14km/h Vento
34% Umidade
0% (0mm) Chance de chuva
06h28 Nascer do sol
05h50 Pôr do sol
Dom 29° 16°
Seg 29° 16°
Ter 29° 18°
Qua 29° 18°
Qui 30° 17°
Atualizado às 16h07
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,07 +0,00%
Euro
R$ 5,46 0,00%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,36%
Bitcoin
R$ 343,831,87 +2,11%
Ibovespa
128,508,67 pts 1.09%
Publicidade
Publicidade