Escritórios contábeis de todo o Brasil devem ficar atentos a mudanças que atingem o
GTIN NFe. A partir do próximo mês, inicia o processo de verificação do número global do código de barras para a validação da nota fiscal eletrônica. Este é o momento de se posicionar como parceiro do cliente que negocia produtos.
O que é GTIN NFe?
O GTIN, sigla para G
lobal Trade Item Number, é o
número de identificação global de um item comercial. Ele é único para cada produto, sendo formado por uma estrutura numérica a partir da qual é gerado o código de barras. Quando falamos em GTIN NFe, portanto, estamos nos referindo ao número de identificação de um determinado produto que aparece em campos da
nota fiscal eletrônica. Mais especificamente, o GTIN aparece nos campos cEAN e cEANTrib. Eles são utilizados no documento para informar justamente o número referente ao
código de barras do produto. Essa sequência numérica identifica o país, a empresa detentora do código de barras, o produto relativo à nota fiscal e o seu dígito de controle. Se o seu escritório contábil atende empresas que trabalham com a
venda de produtos, é bastante provável que seus clientes já tenham que preencher as informações nos campos cEAN e cEANTrib para a emissão da NFe. Além disso, o código GTIN é utilizado por eles no
dia a dia do negócio. Isso acontece em razão de o número identificar individualmente as características físicas do item, incluindo seu tipo, modelo, cor, sabor, peso e tamanho, entre outras informações específicas. Veja, portanto, que o tema não é importante apenas quando falamos da
emissão da nota fiscal, embora a novidade do momento esteja relacionada ao GTIN NFe.
O que muda no GTIN NFe?
Pelas características do código de barras de produtos, as mudanças trazidas pelo GTIN NFe interessam mais a quem é fabricante, distribuidor,
atacadista ou varejista. Se você tem clientes nessas áreas de atuação, fique atento. O
processo de validação das notas fiscais eletrônicas, que já é realizado pelas secretarias da Fazenda nos estados, vai passar a considerar também os campos cEAN e cEANTrib. E como explicamos antes, eles trazem a sequência numérica do GTIN. O preenchimento desses campos já era obrigatório. O que muda agora é justamente a validação deles, que não ocorria antes e vai se tornar obrigatória. Na prática, em caso de não cadastro do produto ou não conformidade das informações com o
banco de dados, a NFe será rejeitada Se você ainda não precisou lidar com essa situação ou se o seu cliente desconhece os motivos de
rejeição da nota fiscal, é importante saber como proceder. Nesses casos, a NFe não tem validade jurídica e uma nova precisa submetida, devidamente corrigida. Para isso, é possível utilizar a mesma numeração da nota ou uma nova. Como os campos da NFe já eram preenchidos, mas não validados, se o seu cliente vinha informando
dados incorretos, a nota não era rejeitada. É isso que muda agora e é sobre isso que você deve orientá-lo. Outro ponto importante é que estamos falando das notas fiscais eletrônicas, mas não é apenas a NF-e que traz os campos cEAN e cEANTrib. Assim, a nova validação se aplica também a empresas que faturam produtos na chamada
NFCe, a Nota Fiscal Eletrônica para Consumidor Final, que é própria do varejo, em substituição ao cupom fiscal.
Quando as mudanças do GTIN Nfe entram em vigor
Já a partir da próxima sexta-feira, dia
1º de setembro, começam a valer as novas regras para um determinado grupo de empresas. O cronograma vai até 1º de agosto de 2018. Ele foi dividido de forma a incluir estabelecimentos de determinados códigos CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). As regras foram estabelecidas pelo
Ajuste SINIEF 6/17 e pelo
Ajuste SINIEF 7/17, publicados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e a Receita Federal. Confira as
datas abaixo e oriente o seu cliente a partir dessa definição:
CNAE 324
O que compreende: Fabricação de jogos, brinquedos e acessórios.
Quando começa: 01/09/2017.
CNAEs 121 e 122
Processamento de folhas de fumo e fabricação de cigarros. 01/10/2017.
CNAEs 211 e 212
Fabricação de fármacos. 01/11/2017.
CNAEs 261 a 323
Fabricação de componentes e aparelhos elétricos e eletrônicos, além de equipamentos e acessórios para fins diversos, como informática e telecomunicações, além de eletrodomésticos instrumentos musicais e joias. 01/12/2017.
CNAEs 103 a 112
Fabricação de produtos diversos de gênero alimentício. 01/01/2018.
CNAEs 011 a 102
Beneficiamento, produção e preparo de alimentos, pesca, extração e beneficiamento de pedras diversas. 01/02/2018.
CNAEs 131 a 142
Beneficiamento e fabricação têxtil. 01/03/2018.
CNAEs 151 a 209
Fabricação de calçados e acessórios, gráficas, serigrafias e impressões diversas, combustíveis e inflamáveis. 01/04/2018.
CNAEs 221 a 259
Fabricação de artefatos de borracha, de plástico, de vidro, de concreto e cimento, de ferro e metálicas. 01/05/2018.
CNAEs 491 a 662
Transporte rodoviário metroviário, ferroviário, aquaviário, hidroviário e a aéreo de passageiros e de cargas, armazenamento de grãos, correios, hotéis, motéis e pousadas, restaurantes e similares, edição de livros, jornais e enciclopédias, produção cinematográfica, empresas de rádio, TV, telefonia e internet. 01/06/2018.
CNAEs 663 a 872
Atividades financeiras, imobiliárias, jurídicas, de arquitetura, de pesquisas em diversas áreas do conhecimento, publicidade e propaganda, design gráfico, de moda, de joias e de interiores, de recursos humanos, de compra e venda de veículos, de turismo, de segurança, de zeladoria, hospitais, entidades privadas e instituições públicas diversas. 01/07/2018.
Demais CNAEs
Atividades variadas não citadas anteriormente. 01/08/2018.
O GTIN interessa ao seu cliente
Você viu neste artigo que, se o
produto comercializado pelo seu cliente possui um código de barras com GTIN, ele precisa ser informado adequadamente na nota fiscal eletrônica. Essa é mais uma
oportunidade para se aproximar daqueles que seu escritório atende. É uma nova chance de mostrar o valor do serviço contábil. Afinal, quando falamos do GTIN, a importância não está apenas na obrigação que ele gera. Ter um código único para controle de produtos permite
automatizar tarefas do estoque ao financeiro. Via
ContaAzul