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Interação entre cardiologia e oncologia contribui para melhor evolução de pacientes oncologicos

Interação entre cardiologia e oncologia contribui para melhor evolução de pacientes oncologicos

22/09/2020 às 13h43 Atualizada em 22/09/2020 às 16h43
Por: Esther Vasconcelos
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Nos últimos anos, as consequências da cardiotoxicidade decorrente do tratamento oncológico ficaram mais evidentes, uma vez que houve aumento da sobrevida do paciente oncológico, além do envelhecimento da população e do surgimento de novos agentes quimioterápicos, com efeitos colaterais cardiotóxicos inesperados.

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Com a integração entre a cardiologia e a oncologia, tem-se desenvolvido um conhecimento interdisciplinar entre ambas as áreas médicas para melhor tratamento desse grupo de pacientes.

Nesse âmbito, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, promoveu no último dia 12 de setembro, o 1º Simpósio Virtual Internacional de Cardio-Oncologia, que teve como um dos destaques o lançamento da nova diretriz brasileira de cardio-oncologia, em substituição ao guideline anterior, que era de 2011.

De acordo com o presidente da SBC, Marcelo Queiroga, desde a década de 1990 a Sociedade se especializou em editar diretrizes sobre os diversos temas do conhecimento na especialidade, e por ser responsável por muitos óbitos, o câncer está nessa fronteira do conhecimento.

“Houve um grande avanço nas terapias oncológicas nos últimos anos, mas que podem ter consequências para o sistema cardiovascular.

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A cardiotoxidade é uma delas, por isso discutimos a prevenção, o diagnóstico e o tratamento dessas toxidades”, afirma, explicando que o simpósio transmitiu o melhor da evidência científica na cardiologia e na oncologia.

“Os conhecimentos transmitidos serão muitos úteis para a prática clínica de todos que acompanharam essa intensa jornada de educação médica continuada”, completou.

A nova diretriz relaciona quais são as principais drogas e tratamentos quimioterápicos que podem causar agressão ao coração, citando, por exemplo, casos de imunoterapia que levam a miocardite e disfunção ventricular.

A atualização também enfatiza como o diagnóstico precoce de doenças cardiovasculares em pacientes que sobreviveram ao câncer pode evitar complicações.

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A interação entre a cardiologia e a oncologia contribui para a melhor evolução dos pacientes, tendo como objetivos principais a adoção de estratégias de prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento das doenças cardiovasculares nessa população.

“A cardio-oncologia é uma fronteira nova na medicina, porque há um número grande de pacientes com doenças cardiológicas, com doença arterial-coronária, com disfunção do ventrículo esquerdo.

Esses pacientes apresentam câncer e precisam ser avaliados pelo cardiologista de maneira apropriada, através de métodos de diagnóstico muito sofisticados que nós hoje temos, e é possível se conduzir o tratamento do paciente oncológico para que ele tenha melhores perspectivas terapêuticas”, explica o presidente da SBC.

O evento da SBC  contou com a participação virtual de mais de duas mil pessoas de 35 países diferentes e apresentou os avanços em pesquisas mundiais sobre o tema, em especial no Brasil e Estados Unidos, países que lideram essa comunidade científica.

Os diferentes estudos apresentados e discutidos por 33 profissionais, entre eles 10 norte-americanos, foram reunidos em 12 sessões que abordaram temas básicos na Cardio-oncologia e uma palestra especial que discutiu a relação da área com a COVID-19; Avanços da ecocardiografia na disfunção cardíaca relacionada à terapia do câncer; Intervenção coronariana em pacientes com câncer e Imagem avançada em cardio-oncologia.

Além disso, a seção sobre pesquisas em andamento no Brasil apresentou quatro estudos diferentes, todos liderados por cardiologistas mulheres.

“As doenças cardiovasculares e o câncer têm alta prevalência na população e são as principais causas de mortalidade em todo o mundo e sabemos que há uma sobreposição significativa entre os fatores de risco cardiovascular, doenças cardiovasculares e o câncer”, afirmou durante o encontro a editora-chefe da publicação científica JACC: CardioOncology, Dra. Bonnie Ky, apresentando dados de estudos de diversos países que trazem essa afirmativa, realizados com diferentes tipos de pacientes, incluindo os pediátricos.

“Começamos a pensar a cardio-oncologia em 2006, quando se resolveu construir, ao lado do InCor, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

Há 14 anos eram poucos trabalhos na literatura sobre cardio-oncologia, ninguém falava muito nesse tema. Propus algo nesse quesito, montamos uma equipe e nessa década a cardio-oncologia se tornou uma subespecialidade da cardiologia.

Foram simpósios, congressos de várias especialidades e no mundo inteiro a área cresceu bastante. Como fomos pioneiros, em 2010 a SBC e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) fizeram a primeira diretriz de cardio-oncologia.

Médicos estrangeiros disseram que se tratava da primeira diretriz no mundo”, contou o  professor titular e diretor do Instituto do Coração (InCor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Roberto Kalil Filho, que também é coordenador do Grupo de Estudos de Cardio-Oncologia da SBC, em live transmitida pelas redes sociais da SBC, no último dia 29/8.

Por SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, Fundada em 14 de agosto de 1943, na cidade de São Paulo, por um grupo de médicos destacados liderados por Dante Pazzanese, o primeiro presidente, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), tem atualmente um quadro de mais de 13.000 sócios e é a maior sociedade de cardiologia latino-americana, e a terceira maior sociedade do mundo.

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