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Contratação de um colaborador: Saiba como calcular seu custo

Contratação de um colaborador: Saiba como calcular seu custo

13/07/2020 às 12h16 Atualizada em 13/07/2020 às 15h16
Por: Wesley Carrijo
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A contratação de um colaborador é uma decisão que envolve diversos fatores e situações.

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Desde a simples e objetiva substituição de um posto que ficou vago, até a abertura de novos postos e funções diante do crescimento do negócio.

Porém, em todas as variáveis há um aspecto que não deve ser desconsiderado, que é o estratégico.

Isso quer dizer que cada contratação deve ser uma decisão estratégica e isso sempre envolve analisar o custo do investimento.

Mas você sabe quanto custa um colaborador para sua empresa?

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Saber essa resposta pode ser a chave para que cada contratação seja feita no momento certo, represente um correto investimento.

Afinal, todos sabemos que contratações representam sempre um impacto financeiro para o negócio.

E ele vai muito além do valor da remuneração acordada com o colaborador.

É por isso que saber calcular o real valor do investimento em novos colaboradores é tão importante para a estratégia e para a gestão financeira das empresas.

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Quer saber como fazer esse cálculo? Então continue lendo este artigo que vamos explicá-lo em todas as suas variações.

Como saber quanto custa um colaborador?

Para entender porque um colaborador custa bem mais do que o simples valor de seu salário, é preciso lembrar que no Brasil existe a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

São as leis contidas na CLT que vão regular todas as relações trabalhistas e isso inclui uma série de obrigações e tributações ligadas à contratação de uma pessoa.

Enquadramentos diferentes

Para que se possa calcular com precisão o valor real de cada colaborador de uma empresa, é preciso antes definir em qual regime tributário a empresa se enquadra.

Isso porque para cada regime há diferentes encargos a serem considerados.

Os principais regimes de tributação dentro dos quais a maioria das empresas se enquadra são:

  • Simples Nacional (Exceto Anexo IV);
  • Lucro Presumido ou Lucro Real.

Em todos esses regimes, há três diferentes categorias de custos na contratação de um funcionário:

  • Custos diretos, que são aqueles que são pagos diretamente para cada funcionário, como salário, comissões, benefícios oferecidos pela empresa etc;
  • Custos com o governo, que são os encargos exigidos por lei, que precisam ser recolhidos ou provisionados;
  • Custos com benefícios específicos, que são benefícios assegurados por acordos coletivos e sindicais, que variam de acordo com a categoria profissional na qual cada colaborador se enquadra.

Como calcular quanto custa um colaborador

A seguir, vamos explicar os cálculos necessários para saber quanto um colaborador custa nos três regimes tributários.

Para efeito de exemplo, levaremos em consideração um salário no valor de R$ 1.000,00 (Mil reais).

Empresas enquadradas no Simples Nacional (Exceto Anexo IV)

Para empresas que tenham optado pelo regime do Simples Nacional, são esses os encargos que recairia sobre cada contratação cujo salário fosse de R$ 1.000,00:

– FGTS: R$ 80,00 (8%)

– Férias: R$ 1.000,00 (valor anual)

– 1/3 sobre férias: R$ 333,33 (valor anual)

– 13º salário: R$1.000,00 (valor anual)

– FGTS anual: R$ 186,67 (8%)

– Vale-refeição (valor pode depender da categoria profissional): R$ 10,00 por dia = R$ 220,00 (mensal)

– Vale-transporte: R$ 8,00 por dia (R$ 176,00 mensal).

– Provisão Mensal (que incluir férias, 1/3 sobre férias, 13º e 8% de FGTS anual) dividido pelos 12 meses: R$ 210,00

Total bruto: R$ 1.686,00

Cálculo da contratação de um colaborador

Neste momento, o cálculo deve desconsiderar aquilo que é contribuição do colaborador.

Portanto:

– 8% de INSS (neste caso, R$ 80,00 a serem descontados na folha de pagamento): R$ 80,00

– 6% sobre o salário (referente à parte do vale-transporte que é arcada pelo colaborador, sendo descontado em folha de pagamento): R$ 60,00.

Total com descontos: R$ 1.546,00.

Isso significa que um colaborador contratado a um salário de R$ 1.000,00 custa efetivamente R$ 1.546, 00 para a empresa.

Em termos percentuais, podemos dizer que, neste regime tributário, cada colaborador tem um custo adicional de 54,6% sobre o salário que recebe.

Empresas enquadradas no Simples Nacional (Anexo IV)

Para empresas que se enquadram no Anexo IV do Simples Nacional, a principal mudança está no percentual descontado do INSS, que passa de 8% para 20%, e na inclusão da alíquota RAT – nova denominação para o SAT (Seguro Acidente do Trabalho) -, que pode variar de 1% a 3%, dependendo do tipo de empresa.

Assim, mantém-se no cálculo todos os itens anteriores, mudando apenas o INSS (que, sendo 20% de R$ 1.000.00, passa a ser de R$ 200,00) e acrescentando a alíquota RAT sobre o salário (digamos que seja de 2%): R$ 20,00.

Assim, teremos um total de R$ 1.762,00. Ou seja, 76,2% de custo adicional sobre o salário.

Empresas enquadradas no Lucro Presumido ou Lucro Real

Neste último caso, o cálculo segue os mesmos itens do Simples Nacional (Anexo IV).

Apenas é acrescentada a alíquota de terceiros, que financia a redes de serviços sociais SENAI, SESI e SESC.

Para empresas do Lucro Presumido ou do Lucro Real, trata-se de uma alíquota cujo valor varia para cada tipo de empresa.

A importância de planejar

Diante desses números, fica evidente que, seja qual for o regime tributário, um funcionário representa um custo alto para a empresa.

Por isso, é muito importante que haja sempre um planejamento bem desenhado sobre contratações e um controle financeiro eficiente de custos.

Por outro lado, a avaliação desses custos dentro de um planejamento estratégico e de uma perspectiva da produtividade pode ter diferentes ângulos.

Afinal, não se trata apenas de quanto um colaborador custa para a empresa, mas também de quanto resultado ele traz.

Sob essa perspectiva, pensando em atributos como desempenho, valor agregado, produtividade e resultados estratégicos, esse custo total pode ficar bastante abaixo daquilo que o colaborador entrega.

Sendo assim, saber quanto custa um colaborador é apenas um primeiro passo para avaliar novas contratações.

Ou até mesmo um eventual corte de pessoal.

Porém, é o passo mais importante.

Isso porque estabelece critérios bastante objetivos para avaliar os custos de um negócio ou mesmo de um departamento.

Ou seja, é uma ferramenta de gestão fundamental e indispensável para quem deseja ter controle sobre uma operação, não importando seu tamanho.

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Fonte: Conube

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