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Déficit da previdência: Quais os desafios enfrentados por quem escolhe viver apenas do INSS?

Déficit da previdência: Quais os desafios enfrentados por quem escolhe viver apenas do INSS?

19/10/2020 às 10h26 Atualizada em 19/10/2020 às 13h26
Por: Esther Vasconcelos
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A Previdência Social voltou aos holofotes brasileiros nas últimas semanas ao ser citada como uma das possíveis fontes de financiamento do Renda Brasil, novo programa assistencial do governo Jair Bolsonaro.

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Sem surpresas, a proposta foi declinada, uma vez que o rombo da Previdência está maior a cada ano.

Segundo dados divulgados pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, até junho de 2020 o déficit da Previdência acumulado no ano somava R$ 215 bilhões. Para se ter uma ideia, em 2019, o déficit previdenciário acumulou R$ 182,4 bilhões e as despesas corresponderam a 8,59% do PIB.

Apesar de os números serem impactantes, grande parte dos brasileiros ainda não sabem como eles podem interferir no futuro de suas aposentadorias.

Para esclarecer dúvidas e apresentar opções financeiramente sustentáveis, a Capital Research divulgou recentemente um relatório assinado pelo analista Rafael Amaral sobre fundos de investimentos com foco em Previdência.

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Reforma da Previdência

Em novembro de 2019, o governo Bolsonaro conseguiu aprovar e promulgar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, também conhecida como reforma da Previdência.

Em linhas gerais, o texto determinou que os trabalhadores brasileiros terão que passar mais anos “na ativa” antes de se aposentar, a forma encontrada pelo governo para tentar dar mais equilíbrio ao sistema previdenciário.

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira está envelhecendo de forma rápida e a projeção para 2060 é de que mais de ¼ da população seja representada por idosos.

“Em 1980, o Brasil tinha 9,2 pessoas ativas para cada idoso. Em 2060, essa relação vai desabar para 1,6.

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Nesse contexto, a projeção da proporção de trabalhadores ativos para cada idoso é alarmante”, explica o analista Rafael Amaral.

Outro dado relevante é o de que a expectativa de vida no país aumentou significativamente, incluindo a sobrevida de pessoas acima de 60 anos.

Diante desse cenário, depender exclusivamente da Previdência Social não representa uma boa escolha, ainda mais considerando que as regras podem mudar a qualquer momento.

Com o envelhecimento da população e o constante déficit da Previdência, é essencial que as pessoas comecem desde cedo a se planejar financeiramente para conseguir manter o padrão de vida desejado após a aposentadoria. Mas, infelizmente, esta não é uma realidade para a maioria dos brasileiros.

Aposentadoria: gastos subestimados e falta de planejamento

Um estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) realizado em 2018 revelou que nove em cada dez idosos contribuem com o orçamento familiar, e destacou que 47% dos entrevistados se prepararam ou ainda se preparam para a aposentadoria por meio da contribuição ao INSS.

Além disso, entre os que se planejaram para a aposentadoria, três em cada dez admitiram nunca ter guardado dinheiro exclusivamente para esta finalidade. Isso se deve em parte pela falta de conscientização em relação à importância do planejamento e a uma subestimação dos gastos durante esse período.

Já segundo dados do último Raio-X do Investidor Brasileiro, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 89% dos entrevistados aposentados tiveram suas despesas iguais ou aumentadas, e quase 90% dos aposentados precisam da previdência pública para sobreviver.

“As pessoas minimizam os gastos da aposentadoria e dependem demasiadamente da previdência pública.

Atualmente, com o teto do INSS de aproximadamente R$ 6 mil, a vasta maioria das pessoas não consegue manter seu padrão de vida na aposentadoria, além de colocar todas suas fichas em um modelo instável que pode sofrer alterações durante o percurso”, ressalta Amaral.

GOLPE

Diante de um cenário tão desafiador, o especialista em fundos de investimento da Capital Research, Rafael Amaral, destaca que é possível se preparar financeiramente para ter uma aposentadoria tranquila e que não dependa exclusivamente do INSS. E essa alternativa passa por decisões simples, que devem ser tomadas o quanto antes.

Segundo consta no relatório divulgado recentemente pela casa de análises, atualmente, mais de 75% dos fundos de previdência privada são de renda fixa.

De acordo com o analista, com a taxa de juros na mínima histórica no Brasil e um novo cenário de taxas reduzidas ao redor do mundo, a manutenção dessa concentração da previdência é um problema latente no mercado de investimentos: “Hoje o que vemos, além da superconcentração em ativos de renda fixa, o que não faz sentido dado o horizonte de investimento e objetivo desses fundos, são fundos com taxas elevadas e péssimas performances”.

Rafael Amaral ressalta que, entre os principais pontos negativos, estão os fundos de renda fixa de previdência que cobram mais de 1% de taxa de administração e os que performam consistentemente abaixo do CDI.

E agora, em que investir?

Felizmente para o investidor que deseja se preparar melhor para sua aposentadoria, o mercado de fundos de previdência está em plena expansão. Só em 2020, mais de 250 fundos foram lançados e a tendência é que essa competição traga produtos e gestores inovadores para os investidores. Mas diante de tantos opções, como escolher o que mais se adequa a cada perfil?

No relatório, o analista da Capital Research indica dois produtos de previdência privada que são investimentos mais eficazes para objetivos de longo prazo: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres).

“Hoje o modelo tributário desses produtos é flexível e você pode escolher o que se enquadra melhor ao seu perfil.

Por exemplo, o PGBL é recomendado para pessoas que declaram o IR pelo modelo completo, isto pela fato de o investidor poder abater parte do valor investido da base de cálculo do IR”, explica.

Entre as vantagens dos ativos, Amaral destaca ainda a possibilidade de planejamento sucessório e a não incidência do “come-cotas”, antecipação do imposto de renda que afeta diferentes tipos de fundos de investimento.

Entretanto, o analista alerta que a escolha do plano não deve considerar apenas os benefícios oferecidos: “Hoje, o que vemos no mercado são planos de previdência privada que perdem sua atratividade justamente pelo alto custo e performance insatisfatórios.

O investidor deve investir em fundos com política e objetivo de investimentos compatíveis com o seu horizonte de investimento, que é de longo prazo.

Além disso, deve evitar produtos com taxas de administração e de carregamento altas, porque elas acabam corroendo a rentabilidade real”.

Já investidores com perfil mais agressivo, por exemplo, podem optar por fundos de renda variável das assets: Brasil Capital, Equitas, Real Investor, Indie e Trigono, que estão na carteira de fundos da Capital Research.

Há ainda a Onze Investimentos, primeira Prevtech do Brasil, que lançou seu primeiro fundo de previdência há pouco tempo e com condições vantajosas, na opinião do especialista.

“Relembrando que é possível realizar a portabilidade do seu plano atual sem precisar resgatar e pagar imposto de renda.

Com isso, não existem desculpas para não se preparar para a aposentadoria e sim, centenas de razões para começar o quanto antes”, finaliza Rafael Amaral.

Por Capital Research pertence ao grupo Red Ventures, que conta com um portfólio de empresas digitais nas indústrias de educação, saúde, home service e serviços financeiros

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