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Saiba qual é o papel do Estado na Economia durante tempos de Crise

Saiba qual é o papel do Estado na Economia durante tempos de Crise

05/08/2020 às 08h58 Atualizada em 05/08/2020 às 11h58
Por: Esther Vasconcelos
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No Brasil onde, atualmente, a equipe econômica busca implantar políticas liberais voltadas a economia de mercado, o Estado se vê obrigado a rever alguns fundamentos liberais, e iniciar postura de protagonista durante esse período de pandemia do coronavírus.

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Ou seja, atuar como principal articulador das políticas econômicas, intervir de forma direta em diversos setores de mercado, com objetivo de garantir a sobrevivência de alguns segmentos do setor produtivo, além de se ver obrigado a evitar que sejam cometidos movimentos abusivos prejudiciais à sociedade.

Isto significa a necessidade de conceder benefícios de incentivo a setores de produção fragilizados, oferecer linhas de crédito para socorrer empresas com dificuldades econômicas e/ou disponibilizar capital de giro para suportar o processo de retomada econômica, bem como, garantir o mínimo existencial para famílias de baixa renda e população carente.

Alguns economistas defendem a intervenção do Estado na atividade econômica, desde que o objetivo seja "promover eficiência e igualdade".

Principalmente quando os mercados mais sólidos e estruturados não conseguem "alocar recursos de forma eficiente" devido falhas provocadas por diferentes fatores, muitos deles alheios a capacidade de alto regulação do mercado.

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Exatamente como o que está ocorrendo hoje, não só no Brasil, mas em todo o mercado mundial.

Essa pandemia levou vários governos, inclusive o brasileiro, a propor decretação de calamidade pública.

No entanto, a intervenção estatal na Economia não pode se dar de maneira indiscriminada, deve ser pautada pela justificativa de interesse geral da sociedade e segurança nacional, sendo segregados desses movimentos os interesses políticos e não republicanos.

Por esse motivo, espera-se tratativas e ações do Estado sejam pautadas em medidas sancionadas e validadas pelos poderes executivo e legislativo.

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É necessário que o Estado adote política fiscal e monetária contracíclica que estimule o crédito, com aumento gradativo e "responsável" dos gastos públicos, além de promover linhas de financiamento subsidiadas para financiamento da retomada econômica, não esquecendo de "supervisionar" e redimensionar despesas supérfluas e privilégios públicos e privados.

Isso porque, o Estado deve preservar as leis de diretrizes orçamentárias e austeridade fiscal, principalmente com relação aos gastos extraordinários e preservação dos limites de endividamento das contas públicas.

É sabido que o endividamento do Estado brasileiro tem alcançado indicadores acima da média dos países emergentes.

No entanto, é necessário considerar características específicas do mercado brasileiro, bem como, os modelos adotados para direcionamento dos recursos.

Apesar da vulnerabilidade de diversos setores da econômica e aumento significativo nos índices de desemprego, as ações promovidas pelo Estado, não podem ser descompassadas da manutenção da ordem econômica, ou seja, os movimentos devem ser pontuais, com prazos e benefícios pré-determinados.

Deve haver consenso institucional para redirecionar gastos e despesas públicas não essências, além da discussão de projetos para redução significativa da máquina pública e seus respectivos privilégios concedidos, no passado, de forma excessiva incompatível com a realidade social brasileira atual.

É importante observar que os movimentos realizados em direção ao equilíbrio fiscal e à ajustes das contas e gastos públicos, devem ser discutidos de forma exaustiva com o Congresso Nacional, por meio da aprovação da proposta de reforma fiscal.

É fato que esse projeto deve sofrer pressão política, para efetivamente ser aprovado, isto porque é de conhecimento geral que os gastos públicos são muito elevados e difícil de serem reduzidos.

Essa etapa do processo é fundamental para que os caminhos a serem desbravados pela equipe econômica possam ser efetivos e permita o processo de retomada da economia, realinhamento na condução da política de controle das contas públicas e manutenção das leis de responsabilidade fiscal.

Por esse motivo, o Congresso Nacional precisa analisar e aprovar a proposta de reforma fiscal, de forma que não seja desfigurada e que possa atender, mesmo que de forma parcial, os interesses dos poderes executivo e legislativo.

Neste processo não pode ser descartado a inclusão de novos impostos, porque não existe consenso entre as partes em reduzir o custo do Estado, bem como, o excesso de privilégio do setor público.

Sendo importante observar que esse não é um problema causado pela pandemia, mas sim, por políticas públicas de Estado intervencionista adotada nas últimas décadas, muito difícil de ser alterada a curto e médio prazo.

Não podemos esquecer que o momento atual é crítico e merece atenção, principalmente em relação à variável "cenário econômico", que ainda não permite construir análises e expectativas futuras "concretas", por se tratar de situação excepcional em âmbito mundial.

No entanto, é importante identificar caminhos e alternativas que possam trazer efeitos positivos para consolidação positiva do "cenário econômico".

Dentre eles, é possível citar alguns movimentos que podem ser equacionados de forma rápida e menos burocrática, que podem ajudar da maneira considerável as análises de cenário, são eles:

- Definição de uma Política de controle fiscal e monetário, para que seja evitado o avanço da retomada da inflação e prejudicar a retomada do crescimento econômico;

- Estabelecer maior fiscalização sobre recolhimento dos tributos, restringir exoneração de tributária dos setores públicos e privados, definição efetiva dos elementos que permitirão a recomposição do equilíbrio fiscal;

- Retomada do processo de privatização, redução significativa do imobilizado Federal, definição de plano para austeridade Fiscal de Estados e Municípios;

- Redefinição do programa nacional de investimentos em infraestrutura e desburocratização e redução de entraves na legislação brasileira que possibilite maior incentivo ao investimento privado internacional.

Por fim, é possível entender que a situação fiscal do Estado brasileiro é complexa, mas não de calamidade.

Os movimentos realizados pelo Estado, por meio de sua equipe econômica, sinalizam ações e movimentos sólidos, amparado em fundamentos liberais, que apesar de não serem muito "populares", possuem alternativas efetivas para retomada do crescimento, sem promover "desastres" na política de austeridade fiscal.

O desafio maior está nos "acordos" que devem ser firmados para equilibrar os "interesses dos poderes" Legislativo e Executivos, que nem sempre estão alinhados com as necessidades de demandas da sociedade brasileira.

Por Marcos Antônio de Andrade é mestre, pós-graduado e graduado em Administração, com habilitação em Comércio Exterior.

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