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Inflação, salário mínimo e crescimento do PIB: Como fica o futuro do Brasil?

Inflação, salário mínimo e crescimento do PIB: Como fica o futuro do Brasil?

23/06/2020 às 16h36 Atualizada em 23/06/2020 às 19h36
Por: Gabriel Dau
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Fonte: Google
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Estamos vivendo uma época atípica para a economia brasileira e mundial. A crise mundial da saúde forçou as pessoas ao isolamento social, o que ocasionou um verdadeiro recesso econômico mundo afora.

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De projeções otimistas, de repente fomos tomados novamente de assalto pelo risco de uma recessão técnica no país. O PIB que já vinha crescendo a passos lentos, deverá fechar o ano com uma retração próxima de 6%.

Dúvidas começam a surgir em meio às incertezas que permeiam o mercado. Como ficará o salário mínimo? Como ficará o emprego e a inflação no país?

Essas questões são bastante pertinentes, afinal uma coisa puxa outra. Com a queda do PIB, provavelmente teremos um aumento do desemprego neste ano. O desemprego tem um impacto direto no consumo.

De acordo com Luís Filipe Costa Carvalho, CEO do portal salariominimo.blog.br, a Taxa Selic deverá sofrer ainda mais quedas no decorrer do ano.

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“Vimos no último dia 06 de maio um corte histórico na SELIC. No entanto, diante da retração do consumo, as próximas reuniões do Copom deverão ser marcadas por mais cortes, podendo a taxa chegar em 2,25% ao final deste ano.” Destaca Carvalho.

Crescimento poderá vir antes do esperado

Apesar do cenário no curto prazo não ser dos melhores, é possível que o Brasil venha a crescer mais rapidamente após esse período.

Afinal, com o dólar valorizado em relação ao real, o país se tornou barato quando visto sob a ótica de investidores estrangeiros. Isso poderá ser traduzido em um aumento de investimentos e consequentemente em uma retomada mais rápida do crescimento.

No entanto, Luís Filipe Costa Carvalho, destaca que para isso o país precisa manter o seu compromisso fiscal e a agenda de reformas. “Baratos estamos, mas isso não significa que o país possui oportunidades de investimento”.

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Desse modo, para que o país realmente torne-se atrativo, é preciso avançar nas reformas tributárias e administrativas que visam complementar a reforma previdenciária que foi aprovada no ano passado.

“O que se espera é que as discussões sobre a reforma tributária, administrativa e privatizações avancem já no próximo trimestre. É isso que fará o país tornar-se atrativo para os investidores. O câmbio já está favorável.” destaca o CEO do portal salariominimo.blog.br.

Se as reformas realmente avançarem, Carvalho acredita que o país terá um crescimento em torno de 3,5% no ano que vem. “Não é o suficiente para voltar no patamar, mas é um crescimento acima da média mundial” destaca.

A Inflação no país durante os próximos anos

Com o consumo mais retraído, a inflação do país deverá fechar 2020 muito baixa. O último relatório de mercado Focus aponta para o IPCA fechando o ano em algo em torno de 1,55%, bem abaixo da meta.

Para 2021, com a retomada do crescimento, é possível que a inflação tenha uma leve alta, mas ainda assim deverá permanecer abaixo da meta, girando em torno de 3,10%.

“Ainda é muito cedo para aposta. O Boletim Focus vem mudando suas projeções constantemente, pois não se sabe ao certo a dimensão dos fatos ainda. Podemos ter um crescimento maior ou menor, tudo dependerá da intensidade” esclarece Carvalho.

O IGP-M que é um outro indicador de inflação, deverá fechar o ano em 4,99% e para 2021 as projeções é que ele fique em 4% segundo o último Boletim Focus.

Mesmo que o cenário venha a sofrer algumas mudanças, tudo indica que a retomada do crescimento não será tão rápida quanto parece. “O Baque foi realmente grande. As empresas sairão mais endividadas da crise” afirma o CEO.

Produção Industrial deverá crescer em 2021

A Produção Industrial que já vinha com dificuldades no país deverá fechar o ano de 2020 com uma retração de 3,59%. O setor é um dos que vem mais sofrendo com a crise atrás apenas do comércio varejista.

No entanto, com a retomada da economia após o isolamento social, a perspectiva é de que em 2021 o setor cresça algo perto de 2,5%.

Não é um crescimento robusto, e isso mostra que a indústria nacional também não conseguirá atingir o patamar que se encontrava antes da crise. Portanto, o desemprego deverá permanecer alto pelo próximo ano.

“Haverá uma alta no desemprego, e esse aumento não deverá ser revertido tão já, mesmo que as reformas tributárias e administrativas avancem no congresso” diz Carvalho.

O CEO do portal salariominimo.blog.br ainda destaca que mudanças nos hábitos de consumo poderão surpreender, mas não serão capazes de reverter a queda do PIB para esse ano de 2020.

“Veremos um aumento nas compras online. Empresas deverão mudar a maneira como operam os seus negócios. Essa dinâmica já vinham mostrando força e agora vai se intensificar ainda mais” conclui Carvalho.

Salário mínimo para 2021

Para o ano de 2021 a expectativa é que o salário mínimo seja estabelecido em R$ 1.079,00. Como a inflação ainda está baixa, o aumento também deverá ser pequeno.

Além disso, diante da estratégia macroeconômica do governo, o salário mínimo deverá apenas acompanhar a inflação, e portanto, os trabalhadores não deverão ter um crescimento real do salário.

“É uma situação complexa, pois envolve diversos fatores. O trabalhador precisa de mais renda, mas há um impacto fiscal que não pode ser desconsiderado.” revela Carvalho sobre o baixo crescimento do salário mínimo.

Carvalho diz ainda que “Há alguns anos atrás foi possível criar ganhos reais ao salário mínimo, atrelando ele ao crescimento do PIB também. Mas agora a situação fiscal do Brasil está pior, temos menos espaço para isso”.

De acordo com cálculos do próprio governo, para cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, há um impacto de R$ 355 milhões em despesas extras no orçamento público.

Isso acontece porque o governo não pode pagar menos do que 1 salário mínimo para aposentados, pensionistas e demais beneficiários do INSS.

Portanto, o momento é de bastante cautela. A situação ainda é bastante incerta, mas o que todos sabemos é que 2020 será um ano bastante difícil tanto para o Brasil quanto para o mundo no que diz respeito ao crescimento econômico.

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