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Mentiras e desculpas mais comuns para faltar ao trabalho

Mentiras e desculpas mais comuns para faltar ao trabalho

15/12/2020 às 15h10 Atualizada em 15/12/2020 às 18h10
Por: Gabriel Dau
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Imagem: Zety
Imagem: Zety

Você se lembra do bom e velho “meu cachorro comeu minha lição de casa?”

Bom, hoje em dia está mais para: “meu cachorro comeu a lição de casa do meu filho e eu tenho que levá-lo ao veterinário (O cachorro, não o filho)”.

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De vez em quando, todos precisamos de uma boa desculpa para evitar trabalhar.

E ainda assim…

Realmente usamos essas desculpas? Não seria mais fácil dizer a verdade?

Perguntamos para mais de 1000 trabalhadores sobre isso. Nesse artigo, discutimos:

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  • As mentiras mais comuns usadas para se sair do trabalho.
  • Se fomos pegos ou não.
  • Se nos arrepentimos de ter mentido.
  • POR QUE mentimos, afinal?

Começaremos pelas desculpas mais comuns que criamos para não ir ao trabalho:

Top 10 mentiras que contamos para não trabalhar

  1. Estou me sentindo doente: 84% dos respondentes já usaram essa desculpa falsamente ao menos uma vez.
  2. Emergência familiar: 65%
  3. Tenho um problema pessoal: 60%
  4. Tenho uma consulta com dentista/médico: 60%
  5. Meu carro quebrou: 48%
  6. Estou com uma doença contagiosa (conjuntivite, dor de garganta, etc.): 39%
  7. Meus filhos estão doentes: 37%
  8. Preciso buscar meus filhos: 32%
  9. Um parente faleceu: 31%
  10. Preciso ficar em casa para receber o eletricista/encanador/entregador, etc.: 29%

Surpreendentemente, apenas 4% dos respondentes disseram nunca ter usado uma desculpa inventada para não comparecer no trabalho!

Em média, uma pessoa já usou 7 desculpas diferentes para faltar ao trabalho em diferentes ocasiões.

Pois é. Qualquer resquício de fé na humanidade que tínhamos acabou de desaparecer. Somos todos mentirosos e caluniadores, podemos assumir.

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Algumas conclusões rápidas?

Primeiramente, problemas de saúde, em geral, representam o tipo mais comum de desculpa para faltar ao trabalho.

Era se se imaginar.

Afinal, sua saúde, e a saúde das pessoas à sua volta, é assunto sério.

Sério o bastante para que acreditem que você não mentiria sobre isso. Além disso:

  • É perfeitamente normal adoecer de vez em quando.
  • Poucos supervisores ousariam questionar demais uma desculpa relacionada à saúde.
  • Ninguém quer se contaminar, então vão agradecer que você preferiu ficar “de molho” em casa.

Espere! É agora que ficar irônico:

Perguntamos para os pesquisados se eles já foram trabalhar doentes:

91% disse que sim.

Sim, você leu corretamente.

Nós mentimos que estamos doentes quando queremos faltar ao trabalho mas vamos trabalhar doentes quando queremos.

Quer ver ficar mais absurdo ainda?

Faz um tempinho, fizemos outra pesquisa sobre coisas que nos irritam no escritório. Adivinhe: qual situação irritante foi votada como a pior para nossos respondentes??

Colegas indo trabalhar doentes.

  • 87% dos respondentes odeiam. 
  • 52% acha que acontece frequentemente ou muito frequentemente. 

Ligue os pontos...

Antes de irmos para o próximo assunto, vamos pausar por um momento e refletir sobre a pior, mais grave e suja mentira de todos os tempos (que na verdade apareceu entre as 10 mais comuns!).

Matando seus parentes.

Sim, 31% dos respondentes admitiu ter mentido sobre a morte de um membro da família só para não ter que ir para o escritório.

Como contamos nossas mentiras inofensivas?

Também perguntamos sobre as maneiras mais comuns de se contatar os chefes para contar tais mentiras.

Pelo jeito, ao mentir, gostamos de bater um papinho ao invés de digitar a desculpa.

  • 41% dos respondentes fez uma ligação telefônica para o chefe.
  • 24% contaram suas mentiras cara a cara.
  • 17% usaram e-mail.
  • 16% mandaram uma mensagem de texto.

Será que gostamos de nos sentir atores ao contar uma desculpa inventada? Ou inconscientemente não queremos que a mentira fique registrada em texto?

E quanto a diferenças entre geração e gêneros em relação à estes hábitos?

Homens x mulheres; jovens x idosos

Pelo jeito, igualdade de gênero já acontece em algumas áreas.

Mentiras, por exemplo.

Dentre 28 mentiras hipotéticas questionadas, não encontramos quase nenhuma diferença em relação à frequência de mentiras em relação aos seus usos entre homens e mulheres.

Houve apenas 4 exceções.

3 desculpas que mulheres usam mais frequentemente que homens:

  • “Estou com cólica menstrual”: meio óbvio, né? Será mesmo? 21% das mulheres já usou essa, enquanto, olha só, 7% dos homens já usou essa mentira. Conta outra!
  • “Meus filhos estão doentes”: 41% das mulheres contra 31% dos homens.
  • “Tenho uma doença contagiosa:” 41% das minas contra 35% dos caras.

*A* desculpa que homens usam mais frequentemente que mulheres:

Sim, é ela mesmo.

“Meu [parente] faleceu”: 35% dos homens contra 29% das mulheres contaram essa mentira no trabalho.

Quando se trata de diferenças entre gerações, no geral, os mais jovens (geração Z e Millennials) usaria a maior parte das desculpas hipotéticas mais frequentemente do que a geração X e baby boomers usaram. As únicas duas desculpas usadas mais frequentemente pelas gerações mais velhas foram:

  • Meus filhos estão doentes.
  • Preciso ficar em casa para receber o eletricista/encanador/entregador, etc.

A mentira tem perna curta. O quão fácil é desmascarar um mentiroso?

Ou melhor… O “crime” de mentir no trabalho compensa?

No fim das contas… compensa muito! 91% das pessoas inventando desculpas para faltar ao trabalho nunca foram pegas.

Com pequenas diferenças entre gerações e gêneros (pessoas mais velhas e mulheres se safam um pouco mais que homens e os mais jovens), podemos dizer com certeza que somos mestres da mentira!

Você mentiu. Funcionou. E agora?

Você está feliz que seu chefe acreditou em você? Ou está sentindo o peso da consciência? A maioria dos nossos respondentes se sentiu confortável com a mentira.

Apenas 27% dos que mentiram para faltar ao trabalho se arrependeu.

Dos que foram pegos mentindo, 70% se arrependeu.

Apesar de não se sentir mal por ter mentido, a maioria dos nossos respondentes (59%) disse que não faria isso de novo.

Interessantemente, quanto mais velho você fica, menos provável é que você mentiria só para não ir trabalhar:

  • 56% da geração Z disse que mentiriam para faltar ao trabalho no futuro.
  • 46% dos millennials.
  • 37% da geração X.
  • 27% dos baby boomers.

Mas por quê?

Sinto que estou julgando demais as pessoas.

Certas razões são certamente válidas o suficiente para que pessoas inventem mentiras para faltar ao trabalho.

Na pesquisa, incluímos uma pergunta aberta sobre as razões pelas quais as pessoas escolheram não ir trabalhar (mas que não podiam dizer a exatamente a verdade).

A maioria das resposta se enquadra em uma das três categorias abaixo:

Saúde mental e problemas emocionais

  • Eu estava genuinamente machucado demais para trabalhar.
  • Eu não estava tendo um dia bom e só queria ficar em casa e chorar com uma garrafa de vinho.
  • Precisava de um dia livre para cuidar da minha saúde mental.

Situação ruim no trabalho

  • Eu estava sofrendo pressão demais no escritório.
  • Eu sabia que meu chefe estaria de mau-humor.
  • Eu precisava de um dia pra me recuperar de todo o estresse.
  • Eu estava trabalhando 60-70 horas por semana. A sensação não era de faltar no trabalho, e sim de recuperar meu tempo perdido.
  • Eu odiava meu trabalho e todo mundo naquele lugar.

Excentricidades aleatórias

  • Estava de ressaca.
  • Ocupado demais naquele dia.
  • Eu não estava com vontade de ir. Era sexta e achei que tava na hora de começar o final de semana.

Finalmente, um motivo para inventar uma desculpa para faltar ao trabalho que foi mencionado um monte de vezes: uma entrevista de trabalho em outra empresa.

Vamos ser sinceros, nem todo o chefe ficaria “de boa” com esse motivo..

A situação reversa: motivos verdadeiros para faltar no trabalho que ninguém acreditou

Sabe aquela história d’O menino que gritava “lobo”? É uma das fábulas de Esopo.

Conta a história de um pastor de ovelhas que gritava “lobo, lobo”, mentindo que seu rebanho estava sendo atacado. Quando os aldeões vinham ajudar, eles percebiam que era piada.

Quando um lobo de verdade atacou, o garoto gritou por socorro, mas ninguém acreditou… E o lobo comeu as ovelhas.

A moral da história é simples: Quem mente perde a credibilidade. E como a moral é relevante nessa história.

Na pesquisa, fizemos uma outra pergunta aberta: 

Alguma coisa já te aconteceu que te fez faltar no trabalho ou sair mais cedo, e as pessoas tiveram dificuldade de acreditar?

Aqui estão algumas das respostas interessantes:

  • Meu coelho tinha que ser castrado.
  • Meu cavalo morreu.
  • Eu tive que faltar no trabalho um dia (anos atrás) porque meu vizinho foi atacado pela namorada e quase morreu e a polícia interditou todo o condomínio (eles estavam tratando como uma investigação de assassinato). Ele sobreviveu, mas depois de passar dias no hospital. Duvido que meu chefe tenha acreditado naquela história, mas era verdade.
  • Meu cachorro comeu meu aparelho auditivo.
  • Eu tive cinco mortes consecutivas na família em apenas dois anos e eu acho que as pessoas não estavam mais acreditando. Bem que eu queria que fosse mentira.

Sinto muito.

(Sobre o cachorro… desculpa te dizer mas eu também não teria acreditado se fosse seu colega).

Neste ponto, eu gostaria de dar uma de moralista por um momento e te falar que mentir é errado e em um lugar de trabalho saudável deveríamos ser transparentes e sinceros uns aos outros.

E em contrapartida acreditar no que nossos colegas dizem.

Infelizmente, eu não tenho tempo pra isso. Tenho dentista em meia hora.

Mas você, deixe um comentário! Seja honesto: você mente para faltar no trabalho? Já foi pego? Qual a desculpa que você sempre tem na manga? Vamos conversar!

Metodologia e limitações

Para esse estudo, coletamos respostas de 1.034 pessoas via Mechanical Turk da Amazon. Respondentes se consistiam em 60% mulheres e 40% homens. 11% deles tinham 24 anos ou menos, 40% tinha entre 25 e 38, 31% tinha entre 39 e 58, e 18% tinha 59 anos ou mais.

Este estudo de autorrelatos investigou falsas desculpas usadas para faltar ao trabalho ou sair mais cedo. Os pesquisados receberam 28 questões perguntando se eles já haviam, ou não, usado certa desculpa para não trabalhar e duas perguntas abertas adicionais.

Algumas das perguntas e respostas foram reformuladas ou resumidas para serem mais claras e fáceis de entender para os leitores. Em alguns casos, as porcentagens apresentadas podem não somar 100 por cento; dependendo do caso, pode ser por arredondamento ou porque não consideramos no cálculo as respostas “nenhum/não sei/desconhecido”.

Pelo fato de que experiências são subjetivas, entendemos que alguns participantes e suas respostas possam ser afetados por caráter recente, viés de atribuição, auto-seleção e outros fatores. 

Devido ao tamanho e diversidade da amostra em relação a gênero e idade, o estudo pode ser generalizado para a população como um todo.

Por: Bruno Bertachini, é especialista em carreira da Zety comprometido em oferecer conselhos ocupacionais que agreguem valor a profissionais em todas as etapas de suas jornadas.

Fonte: Zety

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