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Um novo modelo de jornada de trabalho semanal, de quatro dias de trabalho, vai começar a passar por testes em alguns países, inclusive aqui no Brasil. A nova jornada de trabalho dá ao funcionário uma folga durante a semana.
O experimento tem como prazo ocorrer entre junho e dezembro deste ano. A iniciativa resulta de uma parceria entre a organização sem fins lucrativos 4 Day Week, que conduz teses globais sobre a carga horária reduzida, e a brasileira Reconnect Happiness at Work, uma empresa especializada em serviços voltados à felicidade corporativa e liderança positiva.
O modelo a ser implementado nas participantes será do tipo 100-80-100: ou seja, 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.
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Para especialistas, o formato, que reduz a carga horária de 40 horas para 32 horas semanais sem alteração de salário, exige um planejamento com atenção à legislação trabalhista e à organização de cada empresa. Nesses casos, seria necessário revisar metas e tarefas diárias, já que o funcionário teria menos horas de trabalho.
Todavia, de onde veio essa ideia de jornada? Ocorreu na Islândia, entre os anos de 2015 e 2019. O país conduziu um experimento nacional, e 1% da população passou a trabalhar em escala 4×3. Após resultados positivos, o modelo acabou sendo implementado de forma permanente, sem alterações nos salários.
Mas não pense que essa fórmula já não acontece aqui em território nacional! No Brasil, empresas de tecnologia como Crawly, NovaHaus, Winnin, AAA Inovação, Gerencianet e Eva já aderiram à semana de trabalho com quatro dias. Os resultados vem sendo bem satisfatórios.
Mas essa redução afeta os direitos dos trabalhadores? Enfim, do ponto de vista legal, não existe nenhuma lei que impeça a nova jornada de acontecer.
Os direitos do trabalhador permanecem, mas talvez isso influencie no custo de vale-alimentação e transporte, pois ele estaria trabalhando menos dias.
A nova jornada também pode afetar as férias do trabalhador. As férias são de 30 dias, porque o empregado trabalha 30 dias no mês. Se trabalhar 4 dias na semana, isso daria em torno de 16 dias de trabalho no mês. Portanto, as férias podem ter alteração.
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) regulamenta os limites de horas de trabalho, sendo 8 horas diárias e 44 semanais. Então, caso o empregador queira estender a jornada durante a semana para compensar o dia não trabalhado, pode gerar um efeito contrário ao que se quer e esbarrar nas regras trabalhistas.
Ao decidir inserir a nova jornada, o empregador precisa cuidar do contrato de trabalho e tudo deve ser implementado de acordo com a lei. Alterações no salário só poderão ser feitas em convenção com o sindicato.
A empresa, em acordo com o trabalhador, irá definir em qual dia da semana vai incorporar a folga. Algumas empresas que já implementaram o modelo escolheram a quarta-feira, por ficar no meio da semana.
No entanto, caso adote o rodízio de funcionários, cada um teria dias diferentes de folga.
Reduzir em um dia a carga de trabalho pode gerar grandes ganhos para as empresas e até mesmo para a sociedade. Vejamos:
Empresas que adotaram o fim de semana de três dias afirmam que a produtividade não sofreu impacto negativo pela mudança. Grande parte das companhias notou, inclusive, aumento na produção.
A falta de pontualidade sempre foi um desafio para os empreendimentos, contudo, ao dar um dia útil para os colaboradores folgarem, as empresas registraram queda nas faltas.
Isso faz sentido, pois consultas médicas podem ser agendadas para esses dias, por exemplo, melhorando a gestão do tempo dos colaboradores.
Atrair bons talentos para as companhias nem sempre é fácil, principalmente em categorias que estão sendo altamente disputadas. Nem todas as pessoas escolhem um emprego pelo salário, e muitos profissionais pesam o impacto que aquele emprego terá na qualidade de vida deles.
Nesse sentido, oferecer um dia a mais para o descanso se mostrou uma boa ideia.
A Síndrome de Burnout é uma doença causada pelo excesso de atividades realizadas. Normalmente associada ao trabalho excessivo, essa enfermidade costuma atingir trabalhadores que não respeitam o tempo de descanso necessário.
Esse excesso cobra um preço do funcionário que, exausto, não consegue mais desempenhar suas atividades, tendo que se afastar de suas funções. No Brasil, um em cada cinco trabalhadores desenvolve a doença.
Prezar pela saúde mental dos colaboradores é função de todos os empregadores. Adotar essa jornada reduzida, pode ser uma atitude em prol de uma saúde melhor.
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Se você ficou interessado em testar a jornada de 4 dias em sua empresa é muito fácil participar. O programa é voluntário e basta preencher um formulário no site do programa. O experimento começa em agosto e haverá um custo (ainda não definido) para participar do estudo.
Em setembro, as empresas se preparam com a metodologia do estudo. O piloto será implementado de novembro de 2023 a maio de 2024.
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